Page 15 - PALAVRAS DA CRUZ
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Quando Jesus pede “perdoa-lhes”, este objecto de misericórdia não me parece que seja apenas dirigido aos soldados que o crucificaram. Apesar de tudo eles estavam apenas a obedecer às ordens.
Mas o seu olhar toca todos os que estão à sua volta e vai para além do monte Gólgota. Ele toca os triunfadores do dia. Aqueles que pensam que conseguiram calar o dito profeta, esse falso Messias que se fazia passar pelo Filho de Deus.
No entanto, a condenação à morte foi proferida por Pilatos. Mesmo tendo lavado as mãos, a decisão foi tomada por ele.
E como parece longínqua a recepção triunfante e memorável em Jerusalém, alguns dias antes. Essa multidão que mudou as suas aclamações ao “Filho de David” por pedidos de crucificação.
Visivelmente, o que mais o parece preocupar não é a sua dor, mas a salvação do seu povo. Não havia ainda muito pouco tempo que ele avisava: “Jerusalém, Jerusalém, tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta
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