Page 20 - Livro de Resumos
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Estrutura interna das palavras e produtividade dos morfemas a partir da análise de materiais didáticos dos 1.o e 2.o CEB
Diana Ribeiro ESE/PP Celda Choupina ESE/PP
Com o intuito de compreender alguns aspetos do desenvolvimento da consciência morfológica e da promoção do desenvolvimento linguístico, no geral, realizou-se um trabalho investigatório em que se pretendeu valorizar os conhecimentos advindos da Linguística Descritiva e da Linguística Educacional; analisar o Programa e Metas Curriculares de Português no EB (Buescu et al., 2015) na tentativa de compreender, no âmbito morfológico, a progressão dos conteúdos e das propostas ao longo dos seis anos do EB e, desta forma, perceber a relação entre os ensinos implícito-explícito; observar a abordagem dos conteúdos e das estratégias utilizadas em projetos escolares do 3o ao 6o ano.
Tendo por base a conceção de que a compreensão da estrutura morfológica das palavras é um fator decisivo para a organização mental da linguagem (Rio-Torto et al., 2016, p. 31), importa mencionar que a capacidade que as crianças adquirem, ao longo do processo de aprendizagem a que estão expostas no EB, é determinante para as aprendizagens (meta)linguísticas. O conhecimento de unidades morfológicas mínimas e o domínio dos processos de combinação refletem-se muito precocemente, como seja pela manipulação dos morfemas para aceder aos significados de palavras desconhecidas ou pela manipulação para formação de palavras (Villalva, 2003; Rio-Torto et al., 2016).
Assim, desenvolveu-se um estudo exploratório com o propósito de verificar quais os conteúdos relativos à estrutura interna das palavras e à produtividade dos morfemas derivacionais, previstos nos programas, se encontravam em materiais didáticos. Foram analisados quatro projetos (1.o/2.o ciclos), perfazendo uma amostra de oito manuais e oito cadernos de atividades. Da análise, verificaram-se: i) discrepâncias nos conteúdos e na sua abordagem entre o manual e o respetivo caderno de atividades em ambos os ciclos; ii) diferenças no tipo de exercícios e no gau de complexidade destes entre diferentes projetos para um mesmo ano de escolaridade; iii) diferenças entre os dois ciclos relativamente aos conteúdos, às abordagens apresentadas e ao tipo de exercícios, diferentemente do que se verificou, por exemplo, entre materiais dos 3.o e 4.o anos, evidenciando, assim, um salto na progressão entre ciclos de ensino e não entre anos do mesmo ciclo. Estes dados serão apresentados nesta comunicação.
Palavras-chave:
Consciência morfológica. Estrutura morfológica. Produtividade. Morfema. Materiais didáticos
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