Page 159 - Livro Adeia
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Saudação à Edilidade
Rogo-lhes vênia para expressar com rima, Disciplinadamente, o sentimento,
Que todo me domina, no momento,
Em que me galardoam inda em vida: Surpresa que me envolve em suave clima, Em onda por demais confortadora,
Que aqui, destarte, me desperta, agora, Esta emoção profunda, irreprimida.
Não basta, entretanto, agradecer
Apenas verbalmente esta comenda
Com termos que aprendi em minha senda, Produtos de experiência nob’litante.
Tal circunstância está a envolver Avida de um modesto cidadão,
Para animar-lhe a mente e o coração, Como a dizer-lhe: ande vá adiante! Palavras? Não é o caso aqui de usá-las Sem as reflexões recomendáveis,
A fim de que em eventos tão notáveis, Não se transmudem em palavras vãs. Urge que se eliminem essas valas
Pejadas de ambições e de vaidade
[Coisas muito comuns à Humanidade]
E, empós, se usem tão só palavras sãs.
Eu quero agradecer-lhes, vivamente,
Com obras que se façam dia a dia,
Como ensinou-me o Mestre no Evangelho; Eu quero reafirmar-me, diligente,
Na prática do Bem, antes de tudo,
E a este transformá-lo em rijo escudo
Tal como era em moço e ainda em velho. Aceito humildemente a distinção:
De fato essas coisas enternecem:
São títulos que a muitos envaidecem, Que de todos reclamam base forte. Amparem-me, por isso, o coração: Setenta e tantos anos... sempre ativo, Paciente, de servir e amar cativo, Disposto a agir assim além da morte!
E se me tolerarem mais um tanto
De versos, nos domínios deste evento,
Eu inda lhes diria, em brando acento,
Sem o rigor do estilo parnasiano:
Grato lhes sou e em função disto eu canto, Eu creio em Deus e em sua excelsa Lei,
E no que é d’Ele e no que d’Ele eu sei,
E creio, assim, também, no ser humano! Obrigado por tudo! Obrigado!
Obrigado por meus muito amigos! Obrigado por este e outros abrigos;
Pelos filhos da Vida e pelos meus!
Pelo amplexo desta urbe – obrigado! Hosana, hosana ao Cristo Redentor!
Que nos cubram Sua Paz e Seu Amor!
Mil louvores à Terra, aos Céus e a Deus!
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