Page 171 - Cabalá Hermética
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CABALÁ | CABALÁ HERMÉTICA | SEÇÃO 05 – TIPHERET, GEBURAH E CHESED 2.4. Hod – Tiphereth
O 26° caminho é chamado de INTELIGÊNCIA RENOVADORA, pois através dele que o Sagrado Deus renova todas as coisas mutantes que são regeneradas pela criação do mundo. O 26o caminho é denominado a Inteligência Renovadora porque, por ele, o Deus Santo renova todas as coisas mutáveis que são regeneradas pela criação do mundo. Do mesmo modo que o 25o caminho é uma Noite Escura da Alma no caminho do Amor ou do Misticismo Devocional, e o 24o caminho é uma prova no Caminho do Poder ou do Misticismo da Natureza e da Arte, pode-se considerar o 26o caminho como uma prova similar no Caminho da Sa- bedoria, o Caminho Hermético. Escapar das limitações da forma exige a ruína das construções do intelecto. A ideia que o homem faz de Deus, por exemplo, vai se modificando na medida de sua própria evolução.
A letra hebraica Ayin
A letra hebraica associada a este caminho é Ayin que significa “olho”. Ayin simboliza diversos tipos de visão, como a previsão, a perspectiva, o panorama. Os olhos precisam de luz para enxergar e Ayin é a letra da luz e da ilumina- ção, assim como a visão. O profeta, o vidente, preservam a visão da comuni- dade e com isso ela se mantém viva. Ayin é de número 70. Moisés indicou setenta anciãos para serem os “olhos da comunidade” e ajudá-lo a julgar seu povo. Estes setenta foram dotados do poder de profetizar e adquiriram assim a perspectiva necessária para julgar com prudência. Abrir os olhos é perceber de verdade as coisas deste mundo, enxergar o que está diante de nós, mas também olhar para dentro de nós com a mesma atenção. É ir para além das aparências, pois quando aguçamos nossa visão e desenvolvemos a capacidade de enxergar o que não está evidente ao olho físico, ganhamos uma perspectiva mais profunda daquilo que nos cerca. Podemos perceber, por exemplo, pala- vras não ditas, emoções sutis, medos, desejos, inseguranças, nossos e dos que nos cercam, desenvolvendo assim o olhar compassivo. Sem este olhar terno, seu oposto é o olhar maléfico, frio, invejoso, cruel e cheio de maldição. O de- safio de Ayin é discernir sem rebaixar, permitir que a bondade tempere a agu- deza de nossa visão sem tornar-se cético ou desesperar-se (Seidman, 2005).
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