Page 193 - Cabalá Hermética
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CABALÁ | CABALÁ HERMÉTICA | SEÇÃO 05 – TIPHERET, GEBURAH E CHESED dentes no Universo. O que existe é Conciliação, a mediação dos opostos
em rotação, em ritmos de atividade, causa e efeito.
Um outro símbolo que o mesmo autor associa a este caminho é a Es- finge, como síntese das forças elementares, o ponto que traz o equilíbrio para a Roda. A Esfinge é a guardiã do portão dos mistérios, detendo o segredo da vida e da morte. A Esfinge representa uma síntese dos quatro animais sagrados. Tem o rosto humano, as garras de leão, as asas de águia e os quadris de touro. Essas criaturas, pelos seus atributos, condicionam o acesso ao mundo astral, através dos quatro elementos que representam.
A esfinge é o astral. Ela é uma sentinela vigilante da pirâmide. A base da pirâmide é constituída pelo quadrado dos elementos; todavia, seus lados triangulares, delimitados pelas arestas, simbolizam os triângulos mentais evolutivos que, no seu ápice, se fundem em unicidade. O plano mental é protegido, guardado pelo astral, também traz semelhança aos animais da visão profética de Ezequiel e que foram usadas para representar os Quatro Evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João). A Esfinge “mata” aqueles que não estão prontos para ultrapassar conscientemente as res- trições do espaço, do tempo e da matéria. Porém, aqueles que conhecem sua natureza despertam para uma nova condição ou nível de consciência.
De acordo com Waite (1985), a transliteração de Tarô em Rota está ins- crita na roda, intercalada com as letras do Nome Divino, para mostrar que a Providência está impregnada em tudo. Mas essa é a intenção Di- vina interna, e a semelhante intenção Divina externa está exemplificada pelas quatro Criaturas Vivas. Algumas vezes, a esfinge é representada deitada em um pedestal em cima, o que lesa o simbolismo, invalidando a ideia essencial da estabilidade no meio do movimento.
É o grande arcano da magia de acordo com Mebes (1986): אZΩת, TARO ou ROTA, INRI. A primeira palavra — Azoth — é composta pelo pri- meiro ideograma dos três alfabetos: o hebreu (Aleph), o grego (Alpha) e o latino (A), que se assemelham foneticamente, e das últimas letras dos mesmos alfabetos, a saber: Z (do latino), Ômega (do grego) e Tau (do he- breu). Essa palavra simboliza a Síntese Universal e é a divisa da Escola Al- química. A segunda palavra — Tarô — é o nome do baralho dos Boêmios, compostode78arcanos,eequivaleàspalavrasRota,Tora(ouTorah),Otar, Arot (ou Aroth). Representa a tradição que, por um mal-entendido, foi chamada de “oriental”. A quarta palavra — INRI — no plano mental é lida: “Iesus Nazarenus Rex Iudeorum", a inscrição latina na cruz do Salvador.
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