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m uma de suas viagens à Bataguassu (MS),   emita um documento carimbado relatando
                 no início de julho, o jornalista Eli Souza   sua passagem por ali.
            Etopou com uma figura conhecida não                E o ciclista “velha guarda” que já viajou
            só na cidade, mas Brasil afora. O personagem    por todos os cantos do Brasil não pensa em
            que chamou a atenção do comunicador é o         se aposentar das estradas tão cedo. “Só vou
            ciclista Alfredo José de Abreu Costa, de 70     parar de pedalar quando eu morrer”.
            anos, mais conhecido como Zé Abreu, que            Se depender da força de vontade de Zé
            já percorreu todo o Brasil – e boa parte dos    Abreu, ele ainda passará por muitos lugares e
            países americanos – em cima de uma bicicleta.   deixará sua marca – histórias, carisma e brilho
               Ao todo, o ciclista e ex-caminhoneiro já     no olhar – inspiradora para futuras gerações
            passou por 37 países, sendo 25 anos de aven-    que, assim como ele, acreditam na força do
            turas e mais de 100 mil quilômetros rodados,    espírito livre para romper barreiras e, princi-
            pelo menos até 2009, segundo ele. Entre os      palmente, distâncias.
            países visitados por Zé Abreu estão Canadá,
            Colômbia e Uruguai.
               Tudo começou por uma simples vontade
            de conhecer o mundo. Já na primeira viagem
            longa de bike, percorreu 10 mil quilômetros
            e acabou pegando gosto pela coisa. Uma de
            suas marcas foi uma viagem de mais de 6,5
            mil quilômetros em três meses e 20 dias.
               “Eu queria entrar para o Guinness e entrei,
            duas vezes”, frisou o aventureiro, natural de
            Fortaleza (CE). “Sou cearense cabra da peste,
            não tenho medo de nada. Encaro tudo, até
            onça”, brincou Zé Abreu, que já foi de bicicleta
            à Uruguaiana (RS) cinco vezes.
               “Toda vez que eu vou para a praia, para
            Camboriú, que eu gasto seis dias, desço até o
            Chuí”, acrescentou o ciclista, que de lá segue
            para Paso de Los Libres, uma cidade argen-
            tina da província de Corrientes – situada na
            fronteira com o Brasil, na margem ocidental
            do rio Uruguai.
               “Uruguaiana, Montevidéu, Buenos Aires,
            tudo para mim é perto”, disse o amante das
            duas rodas, que atualmente trabalha com
            eletrônica em geral na cidade de Bataguassu,
            local onde reside há 11 anos.
               Os locais visitados ao longo de décadas
            ficam documentados em um arquivo de
            memórias. Em cada cidade, ele procura se
            hospedar nas guarnições da Polícia Militar,
            do Corpo de Bombeiros ou Polícia Rodoviária.    Ciclista Alfredo José de Abreu Costa/Foto: Eli Sousa
            Durante as visitas, pede para que a corporação



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