Page 10 - Anuário Estatístico da Companhias Abertas 2017/2018

Conversa com o leitor Conversation with the reader
Cenário econômico continua indefinido
O ano de 2016 foi marcado por eventos peculiares, entre eles o impeachment da presidente Dilma Rousseff, os desdobramentos da operação Lava Jato, a saída da Inglaterra do mercado europeu (Brexit) e a eleição de Donald Trump para presidir os Estados Unidos. Enfrentamos uma crise econômica e política sem precedentes no Brasil, com o PIB fechando o ano com queda de 3,6%.
Ainda assim, há sinais de estabilidade, com queda expressiva da inflação, das taxas de juros e uma tímida retomada da atividade econômica. No primeiro trimestre de 2017, o PIB avançou 1% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Tecnicamente, o resultado tira o Brasil da recessão após dois anos.
Mas para boa parte dos economistas ainda é cedo para decretar que a crise acabou. O cenário político continua difícil e incerto, principalmente com a probabilidade de afastamento do presidente Michel Temer, acusado de corrupção passiva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Neste cenário indefinido há uma questão que intriga os especialistas: a cena política caminha de mal para pior, enquanto no campo econômico as coisas andam como se nada estivesse acontecendo, só não se sabe por quanto tempo.
DESEMPENHO DAS COMPANHIAS ABERTAS
Os dados econômico-financeiros de 359 companhias abertas analisadas nesta edição revelam que o ano de 2016 foi, estatisticamente, melhor que o anterior. Devido à baixa base de comparação, o lucro líquido consolidado deste grupo de empresas totalizou R$ 119 bilhões no final do ano passado, resultado 500% superior aos R$ 18,2 bilhões apurados em 2015. Grande parte deste resultado se explica pela redução do prejuízo de grandes empresas, entre elas Petrobras, Vale e Eletrobras.
Apesar deste frágil desempenho e refletindo a excessiva carga tributária vigente no país, as companhias abertas recolheram, em 2016, R$ 1,07 trilhão em impostos, valor 11,75% inferior ao observado em 2015, participando com quase 14% na arrecadação total do país em 2016. As companhias abertas contribuíram ainda com a criação de 2,58 milhões de empregos diretos, o que significou um aumento de 2,35% em relação ao ano anterior.
Gostaria de concluir chamando a atenção para a matéria de capa desta edição. O superintendente e o diretor do Centro de Estudos do Ibemec (Cemec) Carlos Rocca, e Lauro Modesto, assinam um estudo com estimativas promissoras para o mercado de capitais. Veja também a pesquisa exclusiva sobre investimentos e o número de empregados nas companhias abertas, publicados nas páginas. 63 a 93.
Boa leitura!
Cleber Cabral Reis
Diretor de Redação clebercabral@ciasbrasil.com.br
Cleber Cabral Reis Editor in chief clebercabral@ciasbrasil.com.br
Economic stability still unde ned
2016 was marked by peculiar events, including the impeachment of President Dilma Rousseff, developments in the ‘Lava Jato’ operation, UK’s departure from the European market (Brexit), and the election of Donald Trump to become President of the United States. Brazil faced an unprecedented economic and political crisis, with the GDP closing the year with a 3.6% fall.
Nevertheless, there are signs of stability, with a significant fall in inflation and interest rates, and a timid resumption of economic activity. In the first quarter of 2017, GDP increased by 1% in relation to the fourth quarter of last year. Technically, the result takes Brazil out of two years of recession.
However, for most economists, it is still too early to declare that the crisis is over. The political scenario remains difficult and uncertain, especially with the likelihood of the removal of President Michel Temer, who is accused of passive corruption by the Federal Attorney General, Rodrigo Janot.
Within this indefinite scenario, there is an issue that intrigues the experts: the political scene goes from bad to worse, while in the economic field things continue as if nothing is happening, except it is not known for how long.
PERFORMANCE OF PUBLICLY HELD CORPORATIONS
The economic and financial data of 359 publiclyheld corporations analyzed in this issue reveals that 2016 was, statistically, better than the previous year. Due to the low basis of comparison, the consolidated net income of this group of companies totaled R$ 119 billion at the end of last year, a result 500% higher than the R$ 18.2 billion calculated in 2015. A large part of this result is explained by the reduction in the losses of large companies, among them Petrobras, Vale and Eletrobras.
In spite of this weak performance and reflecting the excessive tax burden in effect in the country, the publicly held corporations collected R$ 1.07 trillion in taxesin 2016 , an amount 11.75% lower than that observed in 2015, accounting for almost 14% of the total tax revenue of the country in that year. The publicly held corporations also contributed with the creation of 2.58 million direct jobs, which signifies an increase of 2.35% in relation to the previous year.
I would like to conclude by drawing attention to the cover story of this issue. The superintendent and the director of the Center of Studies (CEMEC) of IBMEC Carlos Rocca, and Lauro Modestos, have produced a study with promising estimates for the capital markets. See also the exclusive research on investments and the number of employees in publicly held corporations, published on pages...
Enjoy!
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