Page 841 - ANAIS - Ministério Público e a Defesa dos Direitos Fundamentais: Foco na Efetividade
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Social do Estado para que seus agentes continuassem na busca de informações sobre familiares

                  do  cidadão  falecido  com  o  fim  de  comunicar  o  óbito,  ainda  que  o  mesmo  já  tivesse  sido
                  sepultado.

                         Dessa forma, o Ministério Público estaria cobrando do Estado, tanto através das ações
                  da Polícia Civil (Delegacias e IMLs), quanto das ações da Assistência Social, uma melhoria

                  nos procedimentos adotados, de modo que tais famílias não tivessem seus direitos fundamentais
                  violados ao longo de anos de sofrimento à procura de parentes desaparecidos, que, na verdade,

                  já tinham sido encontrados pelo Estado.

                         Prosseguindo no escopo do inquérito civil, qual seja, de tutelar os direitos fundamentais
                  dessas famílias, foi realizada nova reunião no dia 7 de junho de 2018, onde esteve presente o

                  Diretor do IML Central que reafirmou que estava sendo realizado o cruzamento de dados de

                  corpos identificados e não reclamados com os sistemas de registros de desaparecimento das
                  delegacias de todo o Estado após o prazo de 3 dias da entrada do cadáver. Este, no entanto,

                  informou que ainda não tinha sido implementado tal procedimento nas demais unidades de IML
                  do interior do Estado. 949

                         Destaque-se  que  tal  medida  se  mostra  ainda  imprescindível,  pois  a  adoção  de  um
                  procedimento  no  IML  Central  de  certo  diminuirá  os  casos  de  desaparecimento  antes  sem

                  solução, mas ainda não resolve as hipóteses, por exemplo, em que a pessoa, que vivia na Cidade

                  do Rio de Janeiro vem a óbito em outro Município e seu corpo é encaminhado para outra
                  unidade do IML diferente da Unidade Central – Afrânio Peixoto. Isto porque ainda que a família

                  tenha realizado o registro de desaparecimento numa Delegacia, nenhum funcionário das demais
                  unidades de IML espalhadas pelo Estado estaria realizando a busca de registros nos sistemas

                  das delegacias, mantendo-se nessas unidades, a mesma omissão absurda constatada no início
                  das investigações.

                         De outro lado, a equipe da Subsecretaria de Assistência Social se dispôs a receber as

                  informações dos IMLs, realizar buscas nos sistemas do CADUNICO e repassar os dados aos
                  CREAS locais das regiões dos cadastros das pessoas para busca das famílias e comunicação do

                  óbito,  além  do  comprometimento  de  abordar  o  assunto  junto  às  Secretarias  Municipais  de

                  Assistência Social na próxima reunião da Comissão Intergestora Bipartite. Desta feita, já nas
                  reuniões seguintes, realizadas em julho e agosto de 2018, apresentaram a proposta de fluxo de

                  informações entre as unidades de IML para um email da Subsecretaria de Estado de Assistência
                  Social,  que  repassaria  as  informações às Secretarias Municipais  de Assistência




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                    Ata de reunião às fls. 100/101 do IC


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