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disseram-nos que uma era da Ilha das Flores, no arquipélago de Sonda e outra de Timor-Leste. A flo-
         rentina gostou de partilhar connosco as palavras que usa diariamente e que são originárias do portu-
         guês que aí chegou no início do século XVI. Roma como símbolo máximo e universal da Igreja Católica
         é visitada por gente de todo o mundo. Aos 50 milhões habituais de turistas por ano, o governo nacional
         de Itália, da cidade de Roma e do Vaticano preparam-se para receber 75 milhões no próximo ano, por
         ser Ano Santo na Igreja Católica. Quando me vejo incluído em discussões acerca dos malefícios do tu-
         rismo de massas, penso sempre na gigantesca peregrinação islâmica designada Hajj que leva vários
         milhões de pessoas a Meca na Arábia, todos os anos… e, não tendo fé religiosa, penso na oportunida-
         de que estas multidões de turistas presentes em Roma, e também em Lisboa, me deram a mim de ver
         os pinheiros mansos que um pouco por todo o lado embelezam a paisagem da cidade!
         A segunda razão que não posso deixar de referir, como fundamental na minha vontade de participar,
         tem a ver com o objetivo da União Europeia, quando atribui muitos milhões de euros, para que profes-
         sores dos vários estados da União (a agora também dos países em negociação de adesão) possam
         participar nestes cursos. No nosso caso o grupo foi muito pequeno, para além dos dois portugueses, um
         alemão de Estugarda, um búlgaro de Barnas e um espanhol, andaluz de Málaga. A participação de ca-
         da um, que inicialmente poderiam parecer tão diferentes, tornou-se rapidamente comum, havendo uma
         linguagem acerca das escolas e dos sistemas educativos, idêntica com preocupações semelhantes e
         com práticas semelhantes, se bem que os recursos das escolas ainda sejam diferentes. A conversa,
         formal em formação ou informais nas visitas ou nos almoços, com cidadãos europeus de outros esta-
         dos, mesmo com outras línguas e particularidades culturais diversas, faz-nos compreender que o que
         temos em comum é muito maior que o que nos faz dizer que somos diferentes. Creio que esse será o
         maior objetivo das formações Erasmus: a construção de uma cidadania europeia. E depois gostei de
         ouvir o colega andaluz de Málaga dizer que está a crescer em Espanha o grupo, de que ele faz parte,
         que acha que a Espanha deve deixar partir a Catalunha e entrar em negociações com Portugal e com
         os portugueses, para uma nova união.

         E finalmente a principal razão da ida a Roma: a formação. A forma como a formadora abordou a ques-
         tão foi sempre do ponto de vista do utilizador. Mais especificamente de como os professores podem e
         devem utilizar esta ferramenta digital. As primeiras sessões centraram-se na discussão dos aspetos éti-
         cos de como uma forma artificial de inteligência com resultados práticos de muito maior eficácia nos re-
         sultados do que a humana, nos levanta, enquanto cidadãos e mesmo seres humanos.






































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