Page 12 - FLOR - JESUS É O CENTRO
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Mas essas histórias não foram escritas para satisfazer a nossa curiosidade.
Essas histórias têm o papel de nos trazer lições sobre Deus e nos apresentar ele.
Um Deus grande que apesar de sua extrema grandeza se importa com as pequenas
coisas e seres do seu universo.
A habilidade do escritor bíblico para narrar histórias é tão fascinante que não
são apenas as grandes histórias as que brilham nas mãos destes gênios.
Mateus com genialidade nos brindou com a história de Simão, o cireneu.
Uma história inteira em apenas duas linhas. Entretanto essas duas linhas nos dão
um mundo para visualizar.
Cirene era uma cidade ao norte da África. O que fazia esse homem ali em
Jerusalém por ocasião do martírio de Jesus? E qual era essa ocasião? Por que as
autoridades o escolheram para carregar a cruz de Jesus e não a outro? Ele estava ali
a propósito como muitos outros expectadores ou por acaso?
Sendo Cirene uma cidade da África podemos esperar que Simão fosse um
homem negro. Teria sido esse um dos motivos porque o fizeram arbitrariamente
carregar uma cruz que não era sua? Ele diferia em fisionomia dos demais. Sendo
um estrangeiro fora tratado de maneira diferente pelos arbitrários guardas romanos.
Simão estava ali para festejar a Páscoa. Enquanto rumava para o templo para
participar da liturgia teve que passar pela rua por onde trafegava o cortejo que
conduzia Jesus e dois outros para o martírio. Simão não programou sua passagem
por ali. Ele não marcou em sua agenda do dia carregar a cruz para um condenado à
morte. Ele foi obrigado, constrangido. Certamente que nisso suas roupas ficaram
sujas, manchadas do sangue de Jesus que estava totalmente desfigurado pelos
açoites que sofreu. Simão foi humilhado publicamente.
O que o historiador Mateus queria ensinar inserindo essa história em seu
evangelho? Lembre: nenhuma história bíblica é sem propósito.
Depois de sabermos que Simão era um estrangeiro em Jerusalém naquele dia
de festa. De sabermos que não estava em seus planos carregar a cruz de qualquer
que fosse o condenado de morte e, que estava ali na rua do cortejo sem ter se