Page 122 - Revista Histórico das Instituições literárias do Paraná
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o encerramento do último contrato, justamente com o primeiro e também
                  último cliente da empresa (vinte anos de recíproca parceria, honesta, justa e
                  fecunda), tendo ainda para cumprir período de trinta dias, praxe contratual,
                  enfartou. Após a fase de internamento, cineangiocoronariografia, exames
                  mil, implantação de um “stent” e alta hospitalar, imediatamente retomou o
                  serviço que tinha que concluir.
                       Fazer bem feito, com responsabilidade e dedicação do início ao fim,
                  sempre foi seu lema.





                           2º. ato: “InsiGHt” de semearte

                       E agora, o que fazer?
                       Enfartada, com a idade longe da adolescência, precisando recomeçar,
                  mas como, com a estima em baixa e desânimo total em alta?
                       Não  tardou para  a depressão se instalar. Um ano  de lágrimas
                  incessantes. Retrospectivas passavam como filme e repetidamente em sua
                  mente. Da cadeira executiva ao leito, foi muito mais rápido que todos os
                  degraus galgados durante os anos trabalhados.
                       Sem perceber que estava se findando o ano cinza, alguns pensamentos
                  começaram a  surgir como  que  rondando  possíveis predisposições. Entre
                  alguns, estava o de dedicar-se à literatura. Criatividade pessoal e individual
                  onde poderia ser fonte a transbordar.
                       Ah, “internet” que, se por vezes causa aflição, em outras se faz redenção.
                  Navegando pelo Facebook, entre postagens recebidas, leu uma referência
                  ao Centro Paranaense Feminino de Cultura. CULTURA, foi a palavra do seu
                  despertar.
                       Pronto, teria um passo a ser dado. Entrou em contato por via telefônica
                  e agendou uma visita com a secretária Suzana.
                       Nada sabia sobre a Instituição. Chegou na segunda-feira agendada,
                  despretensiosa, em vestimenta do cotidiano e sem alarde.
                       Enquanto Suzana prestativamente  respondia seus  questionamentos e
                  curiosidades, observou que chegavam pessoas bem vestidas; elegantes no
                  trajar e se  comportar. Mostravam-se  com um comportamento diferente;
                  espontâneo e leve, sorridentes e cordatos.
                       Num dado instante, entra na sala da secretaria onde se encontrava,
                  uma senhora. A secretária fez as apresentações dizendo: Professora Chloris,
                  a Arriete veio conhecer  o Centro e concluiu: Esta é a professora Chloris
                  Casagrande Justen, presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura.
                  Cumprimentamo-nos. Chloris expressou palavras  de  boas-vindas com a
                  delicadeza que, não sabia, lhe era peculiar e com eloquência a convidou
                  para,  em sua companhia, conhecer  as instalações físicas  e em seguida
                  assistir a Sessão Solene que se iniciaria às 15 horas.
                       Nossa, que susto levou!
                       Tinha entendido o porquê do movimento de pessoas em trajes sociais.
                       Tentou agradecer e declinar, com a mesma gentileza, do convite. Sabia
                  não estar vestida de maneira apropriada para a ocasião. Aquela senhora
                  doce e encantadora não aceitou o seu não. Com toda sua aura angelical,
                  insistiu no convite, quase demonstrando o quanto era essencial sua presença
                  no evento. Aceitou o convite, seduzida foi pelo encantamento da dama Chloris.


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