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Carinhosamente chamada de Xuca
por familiares e amigos, teve uma
primeira infância simples no bairro
da Liberdade, ao lado dos pais e seis
irmãos, passando por experiências
traumáticas desde a tenra idade,
sofrimento que transformou em luta
pelas crianças e adolescentes das
Comunidades.
No Ensino Fundamental I, passou por diversas experiências racistas.
Num dia rotineiro de aula, sua professora afirmou: ‘‘Eu vou fazer você
perder o ano’’! Sheila ficou com aquela situação na mente, e ao chegar
em casa contou para sua mãe. No dia seguinte, a mesma foi até a escola
para obter satisfação onde a educadora negou toda e qualquer acusação,
deixando Sheila escabriada, e fazendo com que permanecesse calada e
acatando tudo.
O tratamento diferenciado perdurava, ela era uma das pouquíssimas
crianças negras em sala de aula, e só depois que cresceu percebeu que o
que sofria era racismo por parte da professora e, infelizmente, por parte
também de alguns coleguinhas. Por isso ela se achava incapaz, não tinha
autoestima, e era chamada de burra constantemente.