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fiscal
Doações de empresas
fortalecem ações sociais
Recursos direcionados a Organizações da Sociedade Civil (OSCs)
devem seguir critérios para que se tornem mais
efetivas e frequentes e estejam em conformidade contábil.
A decisão de contribuir para causas “Temos como saída a articula ção
sociais cresce entre as empresas, im- entre poder público, iniciativa pri-
pulsionada tanto pela crise atualmen- vada e organizações da sociedade
te vivenciada no País quanto pela civil. Essa é a melhor fórmula encon-
postura mais consciente e voltada trada até hoje para que os proble-
para a responsabilidade socioam- mas sociais possam ser resolvidos
biental. A gerente de Relações Insti- com grande escala; portanto, gran-
tucionais do Grupo de Institutos, de impacto”, contextualiza Aloi. As
Fundações e Empresas (Gife), Camila OSCs envolvem todos esses atores
Aloi, lembra que, hoje, as compa- em suas ações.
nhias enxergam o papel social que Há aspectos importantes a se ob-
exercem e são cobradas a adotar prá- servar em relação à doação. “O pri-
ticas que beneficiem a sociedade. meiro ponto é verificar se a organi-
“Se a empresa não se adéqua aos zação social tem transparência no
critérios ambientais, sociais e de go- recebimento desses valores e no re-
vernança (representados pela sigla passe”, destaca Aloi. A planilha fi-
em inglês ESG), provavelmente, no nanceira deve detalhar como os re-
médio prazo, estará fora da concor- cursos são gastos. “Além disso, é
rência, pois tanto consumidores preciso verificar se a organização
quanto investidores cobram esse po- consegue medir o impacto das ações
sicionamento”, afirma. O que se veri- que realiza, para que a empresa pos-
fica como prática são doações volun- sa saber qual foi o retorno que a sua
tárias, regulares, de longo prazo e doação gerou”.
que utilizam critérios para avaliar a
efetividade das ações apoiadas. A Aspectos formais
qualidade das contribuições melho- O vice-presidente de Desenvolvi-
rou e o impacto foi potencializado. mento Profissional do Conselho Re-
O Gife orienta que as empresas gional de Contabilidade do Estado de
deem preferência para o modelo hí- São Paulo (CRCSP) e conselheiro no
brido de doação, dividindo os recur- Conselho Estadual de Assistência So-
sos investidos entre mecanismos cial de São Paulo (Conseas/SP), Mar-
próprios (como institutos e funda- celo Monello, explica que “toda saída
ções associados à empresa) e apoio a da empresa que está doando tem que
organizações que desempenham um ser comunicada imediatamente à
papel mais amplo. contabilidade, para que ela dê baixa
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