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OPINIÃO | por Eli Sousa
A pandemia e o quarto
ministro da Saúde
Brasil terminará o primeiro trimestre do Mandetta foi subs-
terceiro ano da administração do presi- tituído pelo tam-
d
O nte Bolsonaro com combate à expan- bém médico Nelson
e
são avassaladora da pandemia do Coronavírus Teich que, assim como
sendo comandada pelo quarto ministro da Saúde. o antecessor, não supor-
Na abertura da segunda quinzena de março, tou a pressão para atropelar a
o presidente Bolsonaro confirmou o nome ciência em nome da política e 29 dias após a nomea-
do médico Marcelo Quiroga para coman- ção foi exonerado pelo presidente Bolsonaro.
dar a pasta mais polêmica – e mais impor- Veio então a militarização do Ministério da Saúde
tante, no atual momento - de seu governo. com a escolha do general Eduardo Pazuello 20
Desde que a Organização Mundial da Saúde dias após a exoneração de Teich. Ele ficou na
(OMS) decretou o então denominado Novo Coro- condição de ministro interino da Saúde de 20
navírus como pandemia planetária, o gover- de junho a 16 de setembro do ano passado
no brasileiro não consegue manter por muito quando foi efetivado no cargo. Seis meses após
tempo o titular do Ministério da Saúde, porque, a efetivação, ele é substituído em meio a uma
até a última demissão, a maioria prefere seguir avalanche de suspeitas que levaram ele a ser
os ditames da ciência, enquanto o presidente investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro e seus seguidores mais próximos fazem Chega agora o Ministério mais um profissional de
opção por um quase negacionismo assumido. renome na área médica e que durante toda a pan-
O primeiro titular da Saúde a ser demitido demia, falando como presidente da Sociedade Bra-
foi o médico campo-grandense, ex-deputa- sileira de Cardiologia, defendeu todas as medidas
do federal Luiz Henrique Mandetta. Esse, tal- de segurança preconizadas pelas autoridades sani-
vez, nem tenha sido demitido exclusivamen- tárias como forma de conter o avanço da doença
te por destoar do chefe, mas, muito mais, por que tem matado aos milhares diariamente no país.
ter se tornado uma espécie de “estrela” no Resta esperar para saber se Marcelo Queiroga
Governo que brilhava mais que o Capitão. terá autonomia para colocar a ciência a serviço
Enquanto não existia a pandemia, Mandetta da saúde pública ou se terá que fazer como o
era mais um ministro de Bolsonaro, de pouca general que não se acanhou em afirmar que ele
ou quase nenhuma exposição midiática. Com participava de um processo em que um manda
a expansão da Covid-19 ele tomou os holo- (o capitão) e outro obedece (o general), dando a
fotes e com uma facilidade de comunicação entender que, ainda que não concordasse com o
espetacular tornou-se um ícone e presença chefe, ele o obedeceria por questão de hierarquia
obrigatória em todos os telejornais brasileiros. (ainda que invertida).
Esse “sucesso” do ministro Mandetta irritou
o presidente que o demitiu em 16 de abril
do ano passado, portanto, há menos de um
ano. Ele ficou no Governo 1 ano, três meses Eli Sousa
e 15 dias, dos quais cerca de dois meses
nos holofotes do combate ao Coronavírus. Diretor
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