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Acabaram-se as festas e as companhias dos amigos de jogo e das mulheres
                      públicas.


                      Antes sempre cheio de vaidade por sua figura jovem e atraente, cultivada com
                      belos  e  caros  trajes,  agora  o  irmão  passava  os  dias  enfiado  em  roupões
                      maltrapilhos e sujos, ... até mal cheirosos. Saia a cada vez mais e mais tarde
                      da noite, se esgueirando, para lugares ignorados e secretos, sem responder aos
                      chamados ou apelos de Victor ou de quem quer que fosse.

                      Victor começou a temer por alguma doença terrível ou por uma perturbação
                      mental severa. Mas mesmo seus esforços mais persistentes não conseguiram
                      fazer seu irmão contar o que estava acontecendo. Ao contrário, quanto mais
                      enérgicas suas tentativas para atraí-lo e fazê-lo falar mais conseguia afastá-
                      lo. Até chegar ao ponto de percebê-lo apenas pelas batidas das portas a se
                      fecharem abruptamente quando o irmão o percebia se aproximando ou leves
                      e fugidios sopros de ar ou mínimos roçares de tecidos deslizantes denunciando
                      um corpo que se move furtivo na pressa para se esvair.

                      Victor experimentou a ilusão de estar vivendo com um fantasma.


                      Semanas se passaram e o comportamento aflitivo do irmão só piorava, Victor
                      se pôs a avaliar suas opções e já considerava seriamente buscar a ajuda de
                      médicos, psiquiatras e até da polícia.

                      E foi então que os fatos se precipitaram.

                      Em um entardecer de verão Victor foi atraído dos seus trabalhos escolares na
                      biblioteca pelo som de vozes alteradas vindas do hall de entrada do casarão.
                      Saiu  apressado  pelo  som  inequívoco  de  conflito  e  viu,  na  porta  principal
                      escancarada, a figura desarranjada do seu irmão, completamente coberto de
                      sangue e em farrapos e sendo agredido com socos e pontapés, além dos mais
                      torpes insultos, por dois homens estranhos e trajados como ciganos.
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