Page 54 - Microsoft Word - FRIEDRICH NIETZSCHE - O Livro do Filosofo.doc
P. 54
129
Não pergunto qual é o objetivo do conhecimento: ele se produziu
fortuitamente, ou seja, sem intenção final racional. Como uma extensão ou
um endurecimento e uma consolidação de uma forma de pensar e agir
necessária em certos casos.
130
Por natureza, o homem não existe para o conhecimento — a
veracidade (e a metáfora) produziu a inclinação para a verdade. Assim um
fenômeno moral, esteticamente generalizado, dá o instinto intelectual.
131
O análogo lembra o análogo e compara-se por esse meio: isso é o
conhecer, a rápida subsunção do mesmo gênero. Só o análogo percebe o
análogo: um processo fisiológico. O mesmo que é memória é também
percepção do novo. Não há pensamento do pensamento.
132
Quanto valor tem o mundo, seu menor fragmento deve também
revelá-lo — olhem o homem, saberão então o que podem esperar do
mundo.
133
A necessidade produz às vezes a veracidade como meio de
existência de uma sociedade.
O instinto se fortalece por meio de um exercício freqüente e é agora
injustamente transposto por metástase. Torna-se a tendência em si. Do
exercício para casos determinados se faz uma qualidade. Temos agora o
instinto do conhecimento.
Essa generalização se produz por intermédio do conceito que se