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              Não pergunto qual é o objetivo do conhecimento: ele se produziu
       fortuitamente, ou seja, sem intenção final racional. Como uma extensão ou
       um endurecimento e uma consolidação de uma forma de pensar e agir
       necessária em certos casos.



                                         130

              Por natureza, o homem não existe para o conhecimento — a
       veracidade (e a metáfora) produziu a inclinação para a verdade. Assim um
       fenômeno moral, esteticamente generalizado, dá o instinto intelectual.


                                         131


              O análogo lembra o análogo e compara-se por esse meio: isso é o
       conhecer, a rápida subsunção do mesmo gênero. Só o análogo percebe o
       análogo: um processo fisiológico. O mesmo que é memória é também
       percepção do novo. Não há pensamento do pensamento.


                                         132

              Quanto valor tem o mundo, seu menor fragmento deve também
       revelá-lo — olhem o homem, saberão então o que podem esperar do
       mundo.


                                         133


              A necessidade produz às vezes a veracidade como meio de
       existência de uma sociedade.


              O instinto se fortalece por meio de um exercício freqüente e é agora
       injustamente transposto por metástase. Torna-se a tendência em si. Do
       exercício para casos determinados se faz uma qualidade. Temos agora o
       instinto do conhecimento.

              Essa generalização se produz por intermédio do conceito que se
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