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Os brancos: napëpë:


  Uma narrativa mítica ensina que os estrangeiros devem também sua existência aos poderes

  demiúrgicos de Omama. Conta-se que foram criados a partir da espuma do sangue de um grupo de


  ancestrais Yanomami levado por uma enchente após a quebra de um resguardo menstrual e devorado


  por jacarés e ariranhas. A língua "emaranhada" dos forasteiros lhes foi transmitida pelo zumbido de


  Remori, o antepassado mítico do marimbondo comum nas praias dos grandes rios.


  Para chegar a esta inclusão dos brancos numa humanidade comum, ainda que oriunda de uma


  criação "de segunda mão", os antigos Yanomami tiveram que viver um longo tempo de encontros


  perigosos e tensos com esses estranhos, que passaram a chamar de napëpë (“estrangeiros, inimigos”).


  De fato, a primeira visão que tiveram dos brancos foi de um grupo de fantasmas vindo de suas


  moradias nas "costas do céu" com o escandaloso propósito de voltar a morar no mundo dos vivos (a

  volta dos mortos é um tema mítico e ritual particularmente importante para os Yanomami).
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