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Mulheres
                                                         Mulheres

       Lugar de mulher é na obra





                           As meninas estão fazendo o maior


                              sucesso na construção do Brasil




       Q        uantas  mulheres  não  foram  elogiadas  pelos     também trabalhadora da construção. Se nomeando como
                                                                      Outra  diretora,  Valéria  Cristina  de  Oliveira,
                trabalhadores da construção civil? Isso acontecia
                                                               “serventona”,  faz  rejunte,  enche  carrinho  de  mão  e  faz
                quando uma mulher passava em frente a uma
                obra. Entre assobios e aplausos, as curvas das   muitos  serviços  que  antigamente  eram  considerados
       moças eram exaltadas pela turma que milhões de vezes    masculinos. Orgulhosa em fazer parte do processo, conta
       passavam  dos  limites.  Muitas  mulheres  se  sentiam   que já foi vítima de preconceitos pelos homens dentro de
       desrespeitadas por esses elogios exagerados.            várias obras. “Eles olham e falam: ela não vai dar conta e a
              Mas  hoje,  a  situação  é  diferente.  As  mulheres   gente  mostra  que  a  gente  é  capaz.  Eles  veem  que  as
       recebem sim elogios dos homens da construção civil. Não   mulheres fazem de um jeito e o homem de outro. Eu acho
       só recebe elogios como também conquistaram o respeito de   que a construção civil com a mulher tá bem melhor”. De
       todos  os  trabalhadores.  Isso  aconteceu  depois  que  as   acordo  com  ela,  as  contratações  femininas  estão
       mulheres passaram a trabalhar nas obras, lado a lado com   aumentando. “Tem mulheres que fazem o mesmo serviço
       os rapazes. Estima-se que há aproximadamente 2,5 milhões   que um homem até usando a força. É muito bom ver que a
       de mulheres trabalhando nas obras nas obras brasileiras.   gente é capaz”, termina.
              Em  Uberaba  não  é  diferente.  A  diretoria  do
       STICMU – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
       Construção e do Mobiliário é composta por duas mulheres
       atuantes no setor.  O presidente do STICMU, José Lacerda
       Sobrinho, conta que as mulheres passaram a ser agentes nas
       obras e prestam um excelente trabalho. Ele ressalta que
       esse  processo  é  fundamental  para  a  construção  do
       verdadeiro  papel  da  mulher  na  sociedade  com  algumas
       ressalvas. “A mulher é agente fundamental no processo
       profissional de qualquer empresa, instituição”.
              Vanessa Alves de Santana, atuante nas obras e
       uma  das  diretoras  há  quatro  anos,  acredita  que  as
       mulheres  precisam  de  incentivo  para  saírem  da                                                        Stúdio A-N
       “toca”.    “A  mulher  tem  sim  que  ter  um  lugar  na
       construção  civil,  tem  sim  que  ter  um  lugar  nas
       outras  atividades  porque  toda  mulher  tem
       vontade  de  fazer  uma  atividade  diferente.
       Mulher  não  tem  só  que  cuidar  de  filho”.
       Enquanto diretora, Vanessa acha importante
       a  orientação  que  pode  passar  aos  seus
       colegas  de  trabalho  sobre  direitos  e
 Praça  Nossa  Sra.  da  Abadia,    276
       deveres. Casada com dois filhos, sabe o
 Loja 4 - Bairro Nossa Sra. da Abadia
       que  quer  quando  indagada  sobre  o
 34 3321 8954  marido.   “Nunca tive nenhum tipo de
       problema. Ou aceita ou não aceita. Eu
       não fico no meio de caminho. É o que
       eu quero fazer, é o que eu vou fazer”.
                                          Vanessa Alves de Santana e Valéria Cristina de Oliveira

                                                                                        Revista Mulheres - Dezembro 2015 - 59
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