Page 131 - REVISTA MULHERES - 22º EDIÇÃO - EXCLUSIVA
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normal até para aquelas com imunidade mais baixa. Pode também ser liberada para pacientes que tenham
                                 doenças crônicas como hipertensão, diabetes, pacientes com tuberculose. Então, essa é uma vacina bem
                                 ampla, que pode ser usada nessas diversas populações. No Brasil, temos poucas restrições com esa vaci-
                                 nação, sendo somente restrita para aqueles que possuirem alergia há algum componete da fórmula mesmo.

                                 AINDA HÁ MUITO PARA SABER
                                 A gente percebe que grande parte das pessoas que possuem doenças mais graves têm alguma comor-
                                 bidade. Mas, hoje, estamos observando doenças graves em outras faixas etárias, sendo estas mais baixas,
                                 e com pessoas que não têm comorbidades. São várias explicações, primeiro: a história natural da doença,
                                 pois a gente sabe que grande parte dos casos são casos leves mas que, entre 10 e 15%, podem precisar de
                                 hospitalização e, 5% em média, de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com ventilação mecânica. Se você
                                 aumenta o número de casos nas faixas etárias específicas, em faixas etárias mais novas, teremos mais casos
                                 e mais graves, isso pela história natural da doença. Outro fator, as cepas mais agressivas que aumentam a
                                 transmissibilidade e a infecciosidade entre as pessoas. Podemos pensar também na predisposição natural
                                 dos indivíduos a terem doenças mais graves. Enfim, são vários os fatores que podem explicar isso.

                                 AINDA NÃO TEM NADA APROVADO QUE SEJA DEFINITIVO
                                 Quando tivermos grande parte da população vacinada, nós começaremos a ter um controle da doença,
                                 haverá diminuição do número de casos, do número de casos graves, do número de internados. Não tem
                                 nenhum medicamento específico que funcione para a Covid aprovado até hoje. O que se sabe é que, nos
                                 casos moderados e graves, as pessoas se beneficiam com o aporte de oxigênio, beneficiam-se com o uso de
                                 anticoagulantes, beneficiam-se com o uso de corticoides e com o uso de anti-microbianos. Outras terapias,
                                 todas estão em estudo ainda, carecem de comprovação e ainda não têm nada que seja aprovado definitivo
                                 para o tratamento da Covid. Diferente, por exemplo, do tratamento da H1N1 que já temos um anti-viral
                                 que funciona com o vírus e, com isso, uma resposta muito boa de tratamento.

                                 MUDANÇA NO CÓDIGO GENÉTICO
                                 Quando temos um vírus ou uma bactéria, conseguimos fazer o sequenciamento genético deles. Então,
                                 teremos o código genético deles determinado. Os vírus são seres infecciosos que têm uma capacidade de
                                 mutação muito grande, e isso significa que ele muda o seu código genético, mudando a sua disposição
                                 sequencial. Quando comparamos uma cepa virgem, inicial, com uma cepa que tem uma mutação ou uma
                                 variante, veremos que no código genético dessas cepas tem várias mutações, várias mudanças na dis-
                                 posição do código genético, e isso pode levar a um aumento na infecciosidade das cepas, ficando mais in-
                                 fectiva e pode ficar mais agressiva. Isso é facilmente explicado através do vírus da gripe, que muda sempre
                                 e por isso todo ano nós tomamos a vacina com atualização da cepa, porque houve uma mudança no código
                                 genético desses vírus, gerando novas cepas do mesmo vírus. Ou seja, muda a disposição do seu código
                                 genético e muda como o vírus se porta no organismo e como a doença se apresenta nos organismos por
                                 causa da mutação dessas cepas.

                                 OUTRAS DOENÇAS
                                 Não vamos esquecer que agora é época do Influenza sazonal, do H1N1, que são doenças respiratórias
                                 também, associadas com o inverno, que podem dar quadros semelhantes ao coronavírus. Por isso, é im-
                                 portante a vacinação contra a gripe também, para prevenir essas outras doenças. Com a pandemia do coro-
                                 navírus, nós acabamos esquecendo das outras doenças e não podemos nos esquecer, essas outras doenças
                                 não acabaram e precisamos ficar alerta contra elas também. O prazo entre uma vacina e outra é de 14 dias,
                                 antes ou depois, independe. Você tomou qualquer uma delas, para tomar outra, tem que ter um espaço de
                                 14 dias. Depois está liberado, pode fazer sem problemas.

                                 CUIDADO PERMANENTE
                                 Além dos fatores de distanciamento, uso de máscara, higienização das mãos com lavagem ou álcool gel,
                                 é preciso tentar manter o nosso organismo saudável. Não precisa ficar tomando suplementos ou outras
                                 medicações, se você tem uma alimentação saudável e balanceada, variada com carboidratos, proteínas,
                                 legumes, verduras, frutas. Manter a qualidade do sono, realizar exercícios físicos, mantendo o seu organis-
                                 mo saudável, com certeza você terá uma chance melhor de responder, não só ao coronavírus, mas a vários
                                 outros processos infecciosos.


                                                                                                        Mulheres Ed. 22 - 131
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