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Cléber Sérgio da Silva é médico mastologista e ginecologista oncológico, filho de dona Maria de
                      Lourdes Vieira da Silva, marido de Cristina Oliveira Cardoso e Silva, pai de Júlia e
                  Rafaela Cardoso e Silva. O que se percebe forte a presença feminina em sua vida. Desde a
               separação dos pais, viveu com sua mãe - grande incentivadora - e sua irmã em uma casa de dois
                          cômodos e “chão batido”. Ainda criança, asmático, pode presenciar falhas
                              em relação à saúde, que é direito de todos, mas que serve a poucos.
                           Esta condição o levou a ser médico e a oferecer oportunidades a muitos.





            Doutor, o que lembra da sua infância e da condi-
            ção oferecida em saúde?
                  Bem, me lembro de estar junto com
            minha  mãe  e  enfrentarmos  uma  fila  imensa
            no INSS, onde passávamos boa parte da noite
            para conseguirmos uma senha para atendi-
            mento médico e quando chegava o momento
            da consulta, nem sempre o bom atendimento
            prevalecia. Mesmo criança tinha a convicção
            do “cuidar da vida”.

            Como foi sua infância?
                  Eu comecei muito cedo. Minha mãe
            trabalhava  na lavanderia do  extinto hospital
            Santa Cecília e nessa época, eu vendia coxi-
            nhas e sempre estava às voltas com o ambien-
            te clínico, onde conheci pessoas que foram
            fonte de inspiração. Depois fui engraxate,
            guarda mirim e office boy em um escritório
            de uma construtora. Com muitas dificuldades,
            cheguei a pensar não ser possível a medicina,
            mas minha mãe me deu asas e comecei a voar.

            Conte sobre sua trajetória para alcançar seu sonho.
                  Os donos da construtora onde traba-
            lhava me ajudaram muito. Compravam os li-
            vros que precisava e o valor era parcialmente
            descontado do meu salário. Nessa época, es-
            tudava  à  noite,  ao  fim  do  ensino  médio  não
            obtive aprovação no meu primeiro vestibular
            para  medicina,  mas  fiquei  próximo.  Isso  me
            qualificou para uma bolsa de estudos no co-
            légio Doutor José Ferreira, oferecida pelo en-
            tão diretor professor Danival Roberto Alves,
            para fazer o cursinho no período da manhã,
            quando então passei a trabalhar meio período
            e assim pude me preparar melhor para o ves-
            tibular. Entrei para a faculdade em 1991 e me
            tornei médico em 1996.

            Durante este período, como a vida se apresenta-
            va a você?
                  Durante a faculdade percebi a frustação
                                                       Cléber Sérgio da Silva - Foto: Ari Morais


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