Page 145 - REVISTA MULHERES 24 EDIÇÃO
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por útero de substituição. “Também gostaria
            de ajudar alguém, caso tivesse oportunidade”,
            pensou. Casada com o policial penal Juscelino
            Maktub, mãe de três filhos (Crysthal, Brayan e
            Ágattha, de 13, 10 e 04 anos, respectivamente)
            e madrasta de três (Lucas, Luan e Kauan, de
            23, 20 e 17, na ordem), ela sabe bem como o
            amor materno é infinito. Era incapaz de ima-
            ginar o sofrimento de uma mulher ao tentar
            ser mãe e não conseguir.
               Em março de 2019, ela e família foram para
            uma formatura em Juiz de Fora (MG). Bruna
            foi com o marido, o fisioterapeuta Arllen Jun-
            queira, primo de Juscelino, direto de Brasília
            (DF). Evelyny e Bruna se conheceram ocasio-
            nalmente na festa. Após um tempo, o irmão
            de Juscelino, Samuel, também policial penal,
            precisou ir para Brasília. Hospedou-se na casa
            de Arllen e lhe questionou o motivo de não
            ter filhos. Disse que ele a esposa tentavam há
            oito anos, mas não conseguiam. Bruna ouviu
            do médico: ou você adota ou opta por alguém
            gerar pra você. Da sua barriga não vai sair ne-
            ném! Quem, que há anos batalha para engravi-
            dar, deseja ouvir essas palavras? Ninguém, nem
            mesmo Samuel que, inconformado, começou
            a  questionar como  poderia contribuir.  Ligou
            para Evelyny e Juscelino e perguntou se eles
            aceitariam ser o casal solidário. A resposta foi
            um simples e encantador sim, sem demora,        A tão desejada hora do parto
            medo ou tabu. A partir dali, dois sonhos seriam
            realizados: ser barriga solidária e ser mãe. Uma
            verdadeira junção de expectativas e emoções!
               Mas, para Bruna e Arllen pegarem o filho
            nos braços, todos os envolvidos vivenciaram
            longas e dolorosas etapas. Evelyny passou por
            consulta e exames em Brasília a fim de atestar
            se estava apta para gerar o bebê. Confirmada!
            Saudável! Logo, o médico entrou com pedido
            de consentimento de gestação de substituição
            no CRM (Conselho Regional de Medicina).
            Sim,  o  procedimento  precisa  ser aprovado.
            A Resolução 2.168/2017 do CFM (Conselho
            Federal de Medicina) aponta os critérios para
            análise. O primeiro deles é o empecilho da
            gestação.  Ok,  a  espessura  do  endométrio  de
            Bruna era insuficiente para gerar um bebê. O
            segundo refere-se à cedente temporária, que     Cumplicidade no olhar ...
            deve pertencer à família de um dos parceiros
            e ser até o quarto grau (mãe, irmã, avó, tia ou
            prima). Evelyny não era parente nem de Bru-



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