Page 99 - REVISTA MULHER - EDICAO 29
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Grupo de motociclistas da AMMU
Elen Betânia de Oliveira Sena, 46 anos, é uma das di-
retoras da AMMU há seis anos e amante de duas rodas
desde a década de 80. A paixão começou com um seriado
da televisão denominado “Chips”, em que dois guardas
pilotavam motos. Ela possui uma moto modelo Custom,
viaja pelo Brasil inteiro e leva para dentro da AMMU a
voz ativa da mulher na categoria. “Graças a Deus já existe
um legado grande de mulheres dentro do motociclismo
no Brasil”. Quando pego minha negona e desbravo essas
estradas do país, fazemos parte da paisagem maravilhosa e
não apenas passamos por ela. E essa sensação é indescri-
tível”. Betania afirma que o perigo sempre existe, além do
machismo que ainda permeia no meio. Porém, ela tira de
letra todas as dificuldades, pois o amor pelo motociclismo
é maior! “Queremos quebrar um pouco esse preconceito
que muitas pessoas ainda têm quando vêem motociclistas
vestidos de preto, com símbolo de caveira, que é o sig-
nificado de que, quando morremos, não existe distinção,
somos todos iguais, independente de raça, credo, nível so- Elen Betânia de Oliveira Sena
cial, esse é o verdadeiro significado da caveira”.
Vários projetos estão sendo desenvolvidos para realizar
juntamente com a prefeitura de Uberaba, tendo em vista
que um grande encontro, a nível nacional, deverá aconte- grupo cresceu e chegou a 35 participantes. En-
cer ano que vem. Sem contar com toda mobilização feita tre “rolês” e grandes viagens, o contraste entre a
durante todo o ano, como Outubro Rosa, Setembro Ama- delicadeza da mulher e a robustez das máquinas
relo, Novembro Azul, Campanha de doação de sangue, to- causam admiração por onde passam.
dos visando auxiliar a população de Uberaba. “Temos trabalho, famílias e muitos compro-
“Tenho orgulho de ser mulher e estar no motociclismo. missos, mas sempre encontramos um tempinho
Existe uma frase que usamos muito dentro dos grupos, para a mototerapia. Em cada rolê nos abastece-
que é: A união faz a força, juntos somos mais fortes e, com mos de alegria, autoconfiança e energia positi-
isso, podemos ajudar muitas pessoas”. va”. É o que conta Elza Maria Tavares Corrêa, 69
anos, pecuarista aposentada e motociclista há 45
LADIES DO CERRADO anos. “Sempre apaixonada por moto, tive um es-
Só o nome sugestivo já diz tudo. Mulheres apaixonadas poso, também motociclista, que me incentivou
pelo motociclismo, estradas e novas amizades formam o muito a pilotar grandes motos. Hoje sou viúva
Ladies do Cerrado, um grupo criado na cidade de Uber- e o motociclismo me proporciona uma vida de
lândia, mas que reúne mulheres de toda região. Elas são liberdade e independência. Convido todas as
loucas pelo motociclismo, estrada e novas amizades, pilo- mulheres que gostam de moto: venham pilotar
tas de alta cilindrada, que adoram viagens e aventuras. com a gente! Seguimos uma conduta de respon-
Criado em 2018 por três amigas com o intuito de or- sabilidade e segurança de pilotagem. É só curtir
ganizar passeios e inspirar o motociclismo feminino. O e ser feliz.”
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