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Cartas internacionais
O principal critério para uma maior eficiência da nossa ação será nos esforçar-
mos para mobilizar todas as forças do partido e da KNE e para estar à frente da luta a fim de
que os trabalhadores não precisem pagar o preço da crise novamente.
Precisamos trabalhar nossas táticas de lidar com as medidas do Estado e do go-
verno, sobre as formas de luta, mas também sobre como abordar outras forças social-
-democratas e oportunistas, além da extrema-direita fascista, que intervém e intervirá
ainda mais no futuro próximo. Todos eles buscam, como sempre fazem em momentos
críticos, antecipar-se aos movimentos populares.
O partido e a KNE têm a responsabilidade de orientar, com base nas nossas experiências e
ações, direcionando qualquer protesto espontâneo e até superficial para uma organização de mas-
sas voluntária e consciente da luta, por meio de várias formas de comitês de luta, de coordenação,
de higiene e segurança e mediante mobilizações organizadas por setor, local de trabalho e bairro.
Pretendemos que as iniciativas dos comunistas em todas as áreas se assentem nas
possibilidades existentes para reunir e mobilizar muitas organizações em torno de demandas que
abrirão novos caminhos para que mais e mais trabalhadores possam se unir e agir.
Há questões importantes, como: garantia de renda para todos (benefícios de de-
semprego, subsídios de emergência para autônomos e demitidos, direitos trabalhistas
etc.); saúde e bem-estar para todos, com o fortalecimento do sistema público de saú-
de, centros e unidades de saúde locais, contratação de enfermeiras escolares, medidas
de saúde nos locais de trabalho, recrutamento de pessoal, requisições ao setor privado,
abertura de unidades fechadas etc.; isenção de dívidas referentes a energia elétrica, água
e telefone durante os meses de quarentena; rejeição de qualquer leilão de propriedades
privadas, instalações comerciais e ferramentas de trabalho; recusa de confiscos bancá-
rios e anulação de dívidas; questões ambientais, como o problema de aterros sanitários
que surgiram no oeste de Atenas, etc.
Não levantamos essas questões isoladamente, mas de forma integrada à luta anticapi-
talista e antimonopólio, em combinação direta com medidas rigorosas para que o capital, e não o
povo, pague a conta por meio de medidas como: a abolição das várias isenções tributárias
para grandes empreendedores; sua maior taxação e a isenção das camadas populares;
a recusa de pagar as dívidas do Estado, que não foram criadas pelo povo; a retirada dos
planos da Otan, que nos custam 4 bilhões de euros todos os anos; etc. Essas exigências
levam a rupturas individuais e mais gerais e pavimentam o caminho para a desvincula-
ção da Otan e da UE, de modo que o povo chegue realmente ao poder e construa uma
nova sociedade socialista/comunista.
A única maneira de o povo trabalhador não pagar pela crise é a luta e do
poder para os trabalhadores Revista Princípios nº 159 JUL.–OUT./2020
O coronavírus será superado e a pandemia vai acabar, assim como já aconte-
ceu no passado. O capitalismo, no entanto, é incurável e continuará a torturar a hu-
manidade com a pobreza, o desemprego, as guerras e a destruição do meio ambiente,
até que os povos decidam conduzir o processo de desenvolvimento.
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