Page 5 - O pilar da economia | Empiricus - Área do Assinante
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Justamente porque este grupo seleto composto por Itaú, Bradesco, Santander
e BB se mobilizou e deu as respostas que o órgão regulador queria. Um
sistema menos concentrado não seria capaz de responder de maneira tão
tempestiva.
Nesse contexto, o Banco Central e os grandes bancos injetarão mais de R$ 2
trilhões na economia, quase 37% do PIB brasileiro, por meio da redução dos
depósitos compulsórios e da flexibilização de regras para concessão de
crédito e captação de depósitos, incluindo novos instrumentos.
Além disso, os bancos acordaram em conjunto que vão postergar em até 60
dias os pagamentos de dívidas dos indivíduos e pequenas e médias
empresas. Além disso, alinharam com o BC que, também, só vão distribuir o
mínimo obrigatório em dividendos e não vão aumentar salários e bônus de
executivos, isso como forma de manter recursos em caixa para sustentar a
concessão de créditos neste momento delicado.
Em suma, na hora em que a corda aperta, chama os bancos brasileiros que
eles resolvem. Eles são sólidos, líquidos e bem diversificados. Parceiros
ideais para ajudar aqueles que tanto precisam (indivíduos e pequenas
empresas) nesta crise.
Se analisarmos alguns indicadores do setor, podemos ficar bem confortáveis
como investidores.
O sistema bancário é bastante líquido. Mais de 90% do funding (dinheiro
captado) são depósitos em reais. Pouco passivo em dólar.
Os bancos estão muito bem capitalizados, talvez em um dos melhores
momentos dos últimos anos. O índice de Basileia, que mede a solvência de
uma instituição financeira, se encontra em 14%, na média. O mínimo
exigido pelo Banco Central é 8%, ou seja, os bancos possuem uma folga
considerável de capital.