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doentes  participam  de  um  grupo  de  casos  mais  fracos  e  muitas  nem  mesmo
                  apresentam  sintomas,  está  sendo  esquecida.  Toda  essa  situação  gera  pânico  na

                  sociedade e como a pandemia pegou a todos de surpresa, rapidamente, os estoques
                  de  alimentos,  de  máscara  e  de  álcool  em  gel  acabaram  nas  farmácias  e

                  supermercados. Esse problema afetou diretamente os hospitais, que com o aumento

                  descontrolado de casos, não tem recursos suficientes para tratar os pacientes em
                  situação mais grave.

                         Além disso, nosso país está passando por dificuldades para levantar os dados
                  estatísticos da Covid-19. Os registros das análises ocorrem por meio de chamadas

                  realizadas  pela  prefeitura  para  os  hospitais,  clínicas  e  postos  de  saúde,  onde  é

                  perguntado  diariamente  o  número  de  casos  e  mortes,  então  esses  dados  são
                  enviados aos governos estaduais, que enviam ao Ministério da Saúde. Porém pode

                  ocorrer  alguns  problemas,  devido  a  digitação  incorreta,  o  reenvio  de  um  caso  já
                  registrado (a marcação de alguém já “infectado” por mais de um hospital que ela tenha

                  passado, sendo registrado dois casos para uma única pessoa), a falta da autópsia,

                  que  devido  à  grande  quantidade  de  mortos  e  a  possível  infecção  do  corpo,
                  impossibilita de confirmar a razão da morte. Os fatores que estão atrapalhando: é a

                  falta de testes para o corona vírus (já que os melhores são comprados do exterior e
                  devido à alta demanda, não tem a quantidade necessária para suprir a população que

                  necessita  ser  diagnosticada),  a  incerteza  de  sua  precisão  e  os  testes  só  estão
                  ocorrendo nas pessoas que estão internadas, tornando assim, menor a quantidade de

                  casos que ocorrem na realidade.

                         Outro contratempo foi o aumento de casos de insuficiência respiratória (SRAG,
                  Síndrome  respiratória aguda grave),  desde o  início  do  ano  até  abril houve  25.675

                  casos, sendo que comparado ao ano passado foram confirmados apenas 1.769. De
                  todos os confirmados cerca de 7% estavam com o Covid-19. Mesmo sendo maior o

                  número  de  casos  da  SRAG  durante  o  outono  devido  ao  tempo  seco  e  a  maior
                  quantidade de poeira no ar, o pico deste ano foi mais cedo comparado ao do ano

                  passado e está acima da quantidade de casos esperados. Essa situação representa

                  dificuldade de diferenciar Covid-19 com Síndrome respiratória aguda grave, que por
                  terem sintomas extremamente semelhantes, se torna outra barreira que obstem uma

                  investigação analítica mais certeira.





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