Page 85 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Quando    chegaram,   a   diferença   era   visível   —   e   dolorosa.
    Nenhum cardume brilhante serpenteava entre os corais. Nenhum colorido vivo sal-
    picava o cenário submarino. Era um deserto submerso, estéril e fantasmagórico.


           Takashi mergulhou primeiro e, logo depois, sinalizou para que os outros o
    seguissem.


           Enquanto instalava os sensores no fundo, explicou pelo comunicador:


           — Quando os corais morrem... o oceano cala.


           O silêncio era tão profundo que parecia gritar nos ouvidos.


           Medidores foram acionados. Números começaram a piscar em vermelho:
    oxigênio muito abaixo do normal, pH alterado, índices de metais pesados alarman-
    tes.


           Lívia pairava próxima ao fundo, a prancheta de mergulho presa ao braço por
    uma correia especial. Anotava cada leitura, cada detalhe, como se pudesse registrar
    também a tristeza daquele lugar esquecido.


           O recife silencioso parecia sussurrar antigas  histórias de descaso e aban-
    dono, e Lívia sentia, no fundo da alma, que aquelas vozes precisavam ser ouvidas de
    novo.
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