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Teatro Maria Matos
Teatro Maria Matos (1969)
O "Teatro Maria Matos", foi inaugurado em 22 de Outubro de 1969, com a presença do Chefe do
Estado, Almirante Américo Thomaz, o Ministro da Educação Nacional, Doutor José Hermano Saraiva e o
Ministro das Corporações e Previdência Social, Dr. José João Gonçalves de Proença . A exploração e
direcção artística foi entregue ao actor, e empresário Igrejas Caeiro que criou para o efeito, a nova empresa
teatral “Tablado - Promoção de Artes Cénicas, Limitada”. O Teatro abriu as portas ao público com a estreia da
peça "Tombo no Inferno" da autoria de Aquilino Ribeiro, e encenada por Igrejas Caeiro.
O “Teatro Maria Matos”, á altura da sua inauguração, possuía uma sala com 760 lugares distribuídos
por plateia e balcão, apetrechado com todos os requisitos para realizar qualquer género de espectáculos
teatrais: palco elevatório e rotativo, equipamento de luzes que o colocava na vanguarda de todos os teatros
portugueses, camarins espaçosos para os actores e equipados com ar condicionado e instalações sonoras
representativas da última palavra em tecnologia sonora em Portugal.
Quanto aos espectadores retardatários, este Teatro inovou:
«Uma inovação que nos parece digna de aplauso: dado que será posta em vigor a proibição de entrada
na sala, seja a quem for, uma vez iniciado o espectáculo, um circuito fechado de TV permitirá aos retardatários
assistir ao que entretanto se passa no palco, através de um "écran" instalado no átrio. Nos intervalos de
mudança de cena, a entrada será permitida.» in revista Flama.
Quanto à avaliação das suas instalações:
«O Teatro Maria Matos foi evidentemente prejudicado pelo facto de se incluir no conjunto mais um hotel
e um cinema: os "foyers" são reduzidos ao mínimo, acanhados e não podem, assim, desempenhar as funções
que lhe são inerentes: funções de convívio social (aqui a pequena sala do bar apresenta uma solução
positiva), mas também uma função mais importante, de elo de ligação entre os vários tempos de
representação, e não uma quebra no ritmo do ritual que se desenrola antes e continuará depois do intervalo,
no "santuário".» in revista "Binário".
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