Page 182 - Teatros de Lisboa
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Teatro Ádóque
Teatro Ádóque (1974)
A companhia teatral “Ádóque - Cooperativa de Trabalhadores de Teatro”, foi fundada em 1974, tendo-se
instalado no “Teatro Desmontável”, - propriedade de “Companhia Rafael d’Oliveira” - situado no Largo Martim
Moniz, em Lisboa. A sua abertura ocorreu a 23 de Setembro de 1974, com a revista “Pides na Grelha”.
Na génese da “Companhia Rafael d’Oliveira” esteve a “Trupe Silva Vale” e a passagem da liderança da
mesma do actor Silva Vale para Rafael de Oliveira, em 1918. A designação “Companhia Rafael d’Oliveira”
surgiu como definitiva apenas em 1933.
Esta sociedade artística, que subsistia através das receitas dos seus espectáculos, assentava numa
dinâmica familiar, em que qualquer um dos societários acumulava diversas funções que poderiam ser tanto de
cariz artístico, como técnico ou administrativo. O elenco inicial contava apenas com dez artistas, entre eles
Rafael de Oliveira e sua mulher Ema de Oliveira.
Em 1936, e em nome de uma maior autonomia, surgiu um “Teatro Desmontável” - uma grande estrutura
independente, movida, inicialmente, por via ferroviária e, mais tarde, em dez camiões - do qual a Companhia
fez uso até Setembro de 1974, quando o arrendou à “Ádóque – Cooperativa de Trabalhadores de Teatro”, em
Lisboa. A Companhia conheceu o seu período de maior sucesso durante as décadas de 1940 e 1950,
chegando a realizar digressões às Ilhas, a Angola e a Paris. Do seu vasto repertório destacam-se peças como
“Amor de Perdição” (1921-1973), de Camilo Castelo Branco, “A Rosa do Adro” (1922-1974), de Manuel Maria
Rodrigues, e “As Duas Causas” (1933-1972), de Mário Duarte e Alberto Morais.
O “Teatro Ádóque” funcionou, desde Setembro de 1974, no largo Martim Moniz, em Lisboa, como já
anteriormente mencionado, estreando em 23 do mesmo mês a revista "Pides na Grelha", até 1982, quando
subiu à cena a sua última revista intitulada "Tá Entregue à Bicharada".
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