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eventuais  e  depois  são  objeto  de  disputa  de  pais,  mais  preocupados  com  os  seus  próprios

                  sentimentos do que a formação familiar e psicossocial de seus filhos.


                  2. ALIENAÇÃO PARENTAL


                        A  expressão  Síndrome  da  Alienação  Parental  –  SAP  foi  utilizada  pelo  psiquiatra

                  americano Richard Gardner, após análise de crianças na década de 1970 e introduzida nos
                  processos dos Tribunais norte-americanos em 1985.

                                         [...] A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio da infância que aparece
                                         quase  exclusivamente  no  contexto  de  disputas  de  custódia  de  crianças.  Sua
                                         manifestação  preliminar  é  a campanha  denegritória  contra  um  dos  genitores,  uma
                                         campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta
                                         da  combinação  das  instruções  de  um  genitor  (o  que  faz  a  ―lavagem  cerebral,
                                         programação,  doutrinação‖)  e  contribuições  da  própria  criança  para  caluniar  o
                                         genitor-alvo.  Quando  o  abuso  e/ou  a  negligência  parentais  verdadeiros  estão
                                         presentes,  a  animosidade  da criança  pode  ser justificada,  e  assim  a  explicação  de
                                                                                                       29
                                         Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável.

                        No  Brasil,  o  instituto  da  alienação  parental  foi  previsto  pela  Lei  n.  12.318,  de

                  26.08.2010, trazendo a definição logo no artigo 2º, a saber (in verbis):
                                              o
                                         Art.  2    Considera-se  ato  de  alienação  parental  a  interferência  na  formação
                                         psicológica  da  criança  ou  do  adolescente  promovida  ou  induzida  por  um  dos
                                         genitores,  pelos  avós  ou  pelos  que  tenham  a  criança  ou  adolescente  sob  a  sua
                                         autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao
                                         estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

                        E em seguida, a lei exemplifica uma série de condutas do agente alienador ou com o

                  auxílio de terceiros, sem contudo esgotá-las (in verbis):

                                         Parágrafo único.  São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos
                                         assim  declarados  pelo  juiz  ou  constatados  por  perícia,  praticados  diretamente  ou
                                         com auxílio de terceiros:
                                         I  –  realizar  campanha  de  desqualificação  da  conduta  do  genitor  no  exercício  da
                                         paternidade ou maternidade;
                                         II – dificultar o exercício da autoridade parental;
                                         III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
                                         IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
                                         V  –  omitir  deliberadamente  a  genitor  informações  pessoais  relevantes  sobre  a
                                         criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;
                                         VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós,
                                         para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;
                                         VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a
                                         convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou
                                         com avós.


                        Maria Berenice Dias (2011) doutrina que a alienação parental nada mais é do que:
                                         [...] uma lavagem cerebral feita pelo guardião, de modo a comprometer a imagem do
                                         outro genitor, narrando maliciosamente fatos que não ocorreram ou não aconteceram
                                         conforme a descrição feita pelo alienador. Assim, o infante passa aos poucos a se

                  29  Disponível em: <http://www.alienacaoparental.com.br/textos-sobre-sap-1/o-dsm-iv-tem-equivalente>. Acesso em: 10 maio
                  2017.


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