Page 8 - AMOREIRAS
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VALORIZAR E AFIRMAR A NOSSA CULTURA
O compromisso que devemos assumir com o nosso Tempo é de “pedir ao Tempo” para
voltar atrás e contar como era…
As Festas de Maio de Amoreiras-Gare cumprem esse objetivo, de apresentar ao nosso
Tempo memórias e vivências de Tempos passados. Enchem-nos de orgulho e de
satisfação porque são um exemplo bem conseguido de amor e dedicação à terra e às
suas gentes, que tem sabido recuperar, preservar e promover hábitos e costumes
antigos, num ambiente que fervilha de vida. Neste certame pode-se conviver com
diversas atividades artesanais, com os melhores produtos locais ou contactar com o
Cante de Improviso e a Viola Campaniça, mas também com a autenticidade das gentes.
A partir de um importante trabalho de pesquisa, de muita paciência e insistência, foi
possível levantar esta iniciativa tão singular e genuína, de matriz marcadamente
popular, na pequena aldeia de Amoreiras-Gare, no interior do concelho de Odemira. Ao
evoluir para Feira do Interior do Concelho tornou-se representativa de uma parte
significativa do território odemirense e por isso mais rica, o que também lhe confere
maior responsabilidade, tal como a cada um de nós.
Esta iniciativa é tão importante para a comunidade das Amoreiras-Gare, para a
freguesia de S. Martinho das Amoreiras e para o Município de Odemira, porque junta
esses pedaços da história dos sítios e das gentes locais, e contribui para enriquecer o
conhecimento que existe sobre o seu passado.
Diria que sem verdadeiramente conhecermos o passado jamais seremos capazes de o
respeitar ou compreender, é isso que queremos e estamos a fazer quando apoiamos
desde o primeiro momento esta iniciativa, quando promovemos no concelho e nesta
área um trabalho de investigação conduzido por especialistas em antropologia e
musicologia, que se assumiu como ferramenta de apoio para o projeto do Centro de
Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso, em S. Martinho das
Amoreiras. Ou quando resolvemos dar novo ímpeto ao mesmo projeto, adicionando à
equipa uma referência regional do estudo e interpretação da viola campaniça e do
cante de improviso, como é Pedro Mestre, que por sua vez também aprendeu com os
grandes Mestres do improviso.
O compromisso que devemos assumir com o nosso Tempo é de “pedir ao Tempo” para
voltar atrás e contar como era, para que as suas histórias sejam perpetuadas na
memória e percurso de vida dos mais novos, que serão aqueles que contarão às
gerações vindouras. É isso que queremos fazer, é isso que estamos a fazer, e realizações
com as Festas de Maio contribuem para esse objetivo.
Deolinda Seno Luís
Vereadora do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Odemira
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