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número e que “inclui elementos com características bastante heterogéneas do
ponto de vista morfológico, sintáctico e semântico”; desempenhando a
função sintática de modificadores (o preço dos automóveis caiu
inesperadamente), de complemento oblíquo (o João mora ali) ou de
predicativo do sujeito (Maria está mal).
Alguns advérbios podem modificar grupos preposicionais, adjetivais ou
nominais. Para a tradição gramatical, é palavra de natureza nominal ou
pronominal, acrescentada à significação de um adjetivo, de um verbo ou de
um advérbio, determinando-a, sendo um elemento frasal terciário, já que o
substantivo é primário e o adjetivo, secundário (o advérbio de natureza
pronominal, na língua portuguesa, é o indicador de lugar – locativo em latim).
Para Matoso Câmara, os advérbios são locativos (demonstrativos ou
indefinidos), temporais (indicadores da posição no tempo em referência ao
momento em que se fala ou outro) ou modais (indicadores de modalidades
do processo verbal ou de qualificação adjetiva).
Ana Alexandra Lázaro Vieira da Silva, em Estatuto sintáctico dos
“advérbios”: função e classe (p. 118 e 119), usando como base o
funcionalismo linguístico, aponta para três comportamentos sintáticos distintos
do advérbio – “os três vértices do advérbio”:
complemento circunstancial que é na verdade um actante, estabelecido
por um constituinte adverbial seleccionado por verbos transitivos como seu
complemento”;
complemento circunstancial verdadeiro circunstante, não seleccionado
por nenhum item lexical e caracterizado por uma opcionalidade de
presença”;
uma determinação que incide sobre a totalidade da frase, de carácter
igualmente optativo”.
A autora aponta a possibilidade de duas funções circunstanciais
distintas para o advérbio: nuclear e periférica; indicando, ainda, os critérios
sintáticos para sua diferenciação: mobilidade, comutação, multiplicação e
variação do âmbito de incidência (p. 203 e ss.), sendo, segundo ela, esta