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                         A tradição gramatical tem aproximado este verdadeiro artigo de um,

                  uns, uma umas, chamados artigos indefinidos, que se assemelham a o, a, os,
                  as  pela  mera  circunstância  de  também  funcionarem  como  adjunto  de

                  substantivo, mas que do autêntico artigo diferem pela origem, tonicidade,

                  comportamento no discurso, valor semântico e papéis gramaticais.






                         Artigo. Do lat. artĭcŭlu-, por meio das seguintes alterações, artĭcŭlu- >

                  artĭgŭlu- > artigoo > artigo: “articulação; membro; dedo; membro da frase”.

                  Raiz indo-europeia: ar- (‘colocar’, ‘ajustar’).
                         Para  o  dicionário  terminológico  português,  é  o  determinante  que  é

                  utilizado para indicar o grau de definitude ou especificidade do nome que
                  precede. Para a gramática de Dionísio Trácio, “artigo é uma parte casual do

                  enunciado, preposta ou posposta à flexão dos nomes” (OLIVEIRA, 2011, p.
                  30); sendo que o grego antigo só admitia o artigo indefinido, em função de

                  sua racionalidade funcional, já que o artigo era compreendido como a parte

                  da oração que articulava o texto com alguma informação já dada, daí o
                  seu nome; e essa articulação só podia ser definida, nunca indefinida; quanto

                  ao artigo posposto dos gregos, é o nome que davam ao nosso pronome

                  relativo “que”.
                         É, de fato, em português, uma partícula proclítica que caracteriza o

                  substantivo como indivíduo determinado de uma espécie, como síntese da

                  própria  espécie  ou  como  indivíduo  indeterminado  de  qualquer  espécie,
                  sendo  essa  partícula,  quando  empregada  para  definir,  “o”,  “a”,  “os”,  “as”

                  (oriundos dos acusativos latinos “illum”, “illam”, “illos”, “illas”) ou, quanto usada
                  para indefinir, “um”, “uma”, “uns”, “umas” (oriundos dos números cardinais latinos

                  ūnus, a, um). Sua função é articular, sendo propriamente um pronome adjetivo,
                  que já foi chamado de adjetivo determinativo articular.

                         O artigo é usado, ainda, para significar que o substantivo comum que

                  o acompanha foi tomado em sentido individual e determinado, e não na sua
                  significação  genérica,  o  que  é  fundamental  na  alfabetização  para  a

                  expressão da função ostensiva da linguagem. Pode haver a elipse do nome
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