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                         Verbo. Do lat. verbu-, “palavra, termo, expressão”. Raiz indo-europeia:

                  wer-  (‘falar’);  sânscrito:  vratá  (‘mandato’);  avéstico:  urvāta  (‘destino’,
                  ‘disposição’);  gótico:  waurd  (‘palavra’);  alto  alemão  antigo:  wort  (‘nome’);

                  russo:  vru  (‘mentir’);  variante  com  sufixo:*wrē-tor-  [grego:  ῥήτωρ  (‘orador’);

                  português: retórica]. Para o DT é “palavra pertencente a uma classe aberta
                  de palavras que flexiona em tempo, modo, pessoa e número, e que constitui

                  o elemento principal do grupo verbal”.
                         Para  vários  linguistas,  o  verbo  tem  na  frase  um  papel  decisivo,

                  determinando,  enquanto  centro  funcional  sintático,  a  estrutura  da  frase,
                  graças  a  sua  potência  de  enlace  (Tesnière,  Erben,  Engel,  Heringer,  dentre

                  outros).  Dubois  assim  o  definiu:  “Na  gramática  tradicional,  o  verbo  é  uma

                  palavra que exprime o processo, isto é, a ação que o sujeito faz [...] ou sofre
                  [...] ou então a existência do sujeito [...], ou seu estado [...], ou ainda a relação

                  entre o predicativo e o sujeito [...].

                         Na lingüística estrutural, o verbo é um constituinte do sintagma verbal,
                  de que é o cabeça”. Trask, em seu dicionário terminológico, além de defini-lo,

                  fala de sua prototipicidade: “A parte do discurso que inclui palavras como
                  ir, ver, compreender e parecer. A classe dos verbos é universal: nunca foi

                  descoberta uma língua em que os verbos não fossem uma classe à parte.

                         Os verbos mais prototípicos denotam ações realizadas por um agente,

                  como correr, cantar, atirar, bater e dar. Mas também são verbos muitos outros
                  termos que têm significado menos típico, por exemplo, morrer, dormir, acreditar,

                  compreender, escoar-se, seguir-se, tornar-se, parecer, ter / haver e ser / estar”.
                  Para Matoso Câmara, compondo  a classe de palavras que se opõe aos

                  nomes pela natureza dos seus semantemas, os verbos indicam os processos,

                  quer se trate de ações, de estado ou da passagem de um estado a outro,
                  apresentando significação essencialmente dinâmica.

                         Celso  Pedro  Luft  concorda  com  Matoso  Câmara,  empregando  as
                  seguintes  expressões  para  compor  a  sua  definição:  “Palavra  variável  que

                  exprime um processo, apresentando uma ação (correr), um fenômeno (chover),

                  um estado (ser, estar) ou mudança de estado (tornar-se). Apresenta os seres
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