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Meu primeiro contato com a vida universitária foi em 2010, aos 18 anos, quando ingressei no curso
de Ciências Biológicas no IFTM. Lembro exatamente da mistura de sentimentos que tomou conta de mim:
MEDO, ANSIEDADE, FELICIDADES, DÚVIDAS e muito mais. Mas, por imaturidade e não me sentir
preparada, abandonei o curso poucos meses depois. Esse foi o primeiro stress proporcionado por essa nova
fase.
Alguns meses depois, precisamente em agosto do mesmo ano, passei no vestibular da
UFTM para o curso de Terapia Ocupacional (T.O.). Novamente fui tomada por um turbilhão de sentimentos e
incertezas. Cursei T.O. por dois anos e lá pude vivenciar momentos bons, mas também, momentos muito
ruins. Conheci uma nova Daiana e me descobri um ser humano extremamente sensível, foi nesse momento
que enxerguei quão importante é cuidar da sua saúde mental e respeitar o seu próprio limite psicológico.
Cursar qualquer curso de graduação da área da saúde não é fácil, digo com total
propriedade. As situações que somos diretamente expostos são intensas. Sem dúvidas, a gama de
conhecimento adquirida é imensa, mas é preciso ter “sangue-frio” para sair de cada experiencia sem se
abalar mentalmente. Por conta de situações estressantes, não consegui concluir o curso. Somatizei o
sofrimento dos pacientes com os meus problemas, não suportava mais ver crianças em situações de risco e
em estado de precariedade, ver idosos abandonados pela própria família, ver pessoas que foram vitimas de
acidentes e tiveram sequelas graves e entender o preconceito da sociedade com pessoas que possuem
alguma deficiência física e/ou mental. Não consegui digerir tudo isso. O nosso papel, naquele momento, era
reinserir o individuo na sociedade, mas eu, Daiana, estava me isolando da sociedade por conta de uma fase
depressiva que se iniciava. Percebi que tinha chegado ao meu limite, dentro da T.O., quando cheguei para o
estágio, no asilo Santo Antônio, e me deparei com o corpo de uma senhorinha, esquecida pela família, sendo
retirado pelo IML. Nunca esqueci a cena que vi, lembro como se fosse ontem toda a tristeza que eu senti e
como chorei diante tudo aquilo. Então, em 2012, aproveitando o inicio da greve, tranquei o curso.