Page 48 - PEQUENAS VERDADES DISTRAÍDAS
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Maurício Ramonnd








          JANELA PARA ONDE

          abro-me em janelas,
          nos passeios floridos do instante,
          a marca das coisas se instala em mim

          piso em falso,
          minhas ásperas passadas
          caminham sobre o sorriso alquebrado
          de um menino

          observo distante,
          flechas de sol transpassarem
          o meu corpo deserto

          e a cidade?
          a cidade lá fora pulsa
          aqui,
          bem aqui,
          dentro de mim








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