Page 105 - Cabalá Hermética
P. 105
CABALÁ | CABALÁ HERMÉTICA | SEÇÃO 04 – MALKUTH, YESOD, HOD E NETZACH
significado levando em conta a natureza das esferas unidas na Árvore. Os Caminhos indicam fases da consciência subjetiva, através dos quais a alma desenvolve a sua compreensão do cosmo. Em concordância, diz Fielding (1989): “Cada sephira é um fator independente como um pla- neta, mas só pode ser compreendida adequadamente como parte de um todo maior, o universo. Desta forma, podemos considerar os Caminhos da Árvore da Vida como sequências de experiências que a consciência (sephira) necessita para perceber, funcionar e evoluir numa dimensão diferente e muito mais ampla”.
3.3. Sobre as Letras Hebraicas
Aquele que quer começar uma jornada, deve se levantar ao amanhecer, olhar cuidadosamente para o Leste... então perceberá certos sinais atravessando os céus surgindo acima do horizonte. Estas formas cintilantes são o esboço das letras com as quais o Eterno criou o céu e a terra.
(O Zohar)
O ponto de partida de toda a Cabalá é o alfabeto hebraico, composto por vinte e duas letras sendo todas consoantes. Diz a lenda que durante a criação Deus fez desfilar diante de si as vinte e duas letras e “viu que eram boas”. Recebida a aprovação divina as letras foram consideradas sagradas, cada uma representando uma ideia, um som e um número. Cada letra representa uma potência ligada às forças criadoras do univer- so, um poder da “Respiração de Deus”, por assim dizer, por isso atribui- se a cada uma delas um caminho. Elas são ponto de partida e chegada de uma série de relações nos mundos físico, astral e psíquico; podemos pensar nelas como “antenas” que captam, estimulam e ressonam energias da Criação. Seus valores numéricos são portadores de amplos significa- dos dentro de uma grande numerologia cósmica.
3.4. Sobre o Tarô
Segundo Wang (2004) o tarô representa uma viagem alegórica e cada carta é uma experiência (uma energia universal) vivida ao longo do ca- minho. A ideia de uma jornada aventurosa e arriscada através de um ter- ritório desconhecido era típica da literatura medieval. A analogia aqui existente é de que viajar durante a Idade Média era tão difícil quanto percorrer os caminhos interiores das Doutrinas Secretas. A relação en-
105