Page 118 - Cabalá Hermética
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CABALÁ | CABALÁ HERMÉTICA | SEÇÃO 04 – MALKUTH, YESOD, HOD E NETZACH gir os estados de ondas teta e alfa, necessários para alcançar a chamada
supraconsciência, ou meditação profunda, ou transe.
A segunda condutora de almas é Hécate, a deusa tríplice dos Templos Lunares. Ela representa os aspectos da consciência atingidos através do sexto chakra ou centro psíquico. Hécate representa as danças sagradas, o tantra, o despertar da kundalini, os oráculos (tarot, runas, encantamen- tos) e todos os ritos que lidam com a energia lunar / feminina dentro da magia. De um modo geral todas as deusas lunares fazem parte da mito- logia atribuída a Yesod e relacionadas aos recônditos da alma humana: Diana ou Artêmis, Selene, Cibele. Para os celtas é um receptáculo, a dama da fonte, a Taça, o Santo Graal. É a Durga para os hindus. Nas imagens cristãs, são as Madonas representadas com a lua aos pés.
O terceiro condutor de almas é Caronte, o barqueiro que conduz os via- jantes até os Reinos de Hades. A lenda de Caronte deriva das histórias do Barco de Ísis e das antigas iniciações egípcias onde os sacerdotes e iniciados eram colocados em transe nas pirâmides e tinham sua alma liberta do corpo para que vissem a si mesmos deitados aos pés dos ou- tros sacerdotes e tomassem consciência de que eram espíritos habitando temporariamente um corpo físico. Quando fazemos Viagens Astrais in- duzidas ou parcialmente conscientes, a sensação de se desligar do cor- po no momento em que saímos do plano material é muito semelhante ao deslizar que sentimos quando estamos dentro de um barco. Desta maneira, Caronte representa as Viagens Astrais Conscientes. As lendas de Orfeu, Hércules, Dionísio, Psique, Enéias, representam iniciados em cultos Dionisíacos, trabalhando o despertar da consciência.
Por fim, temos Thanatos, deus da morte, irmão de Hypnos (o sono). Thanatos representava a morte e os espíritos dos mortos, que eram transportados por ele até o Reino Subterrâneo.
4.9. Os Sonhos, os Êxtases e as Musas
Segundo Guaita (1985), em O Umbral do Mistério, sabe-se que, durante o sono, o homem interno abandona seu despojo material para banhar seu corpo luminoso fatigado e retomar sua vitalidade esgotada no ocea- no fluídico universal. Ele pode assim transportar-se a distâncias imensas e discernir as coisas exteriores a ele, nos planos físico e astral, por inter- médio dos órgãos de percepção de seu corpo astral, ou mediador plástico.
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