Page 163 - Cabalá Hermética
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CABALÁ | CABALÁ HERMÉTICA | SEÇÃO 05 – TIPHERET, GEBURAH E CHESED
A cruz de braços iguais, tal como a cruz vermelha do serviço médico militar, recebe dos iniciados o nome de cruz da natureza e representa o poder em equilíbrio. Ela costuma figurar no topo de algumas cruzes célticas, encerrada com frequência num círculo. A haste afilada da cruz céltica é, na verdade, uma pirâmide truncada e os exemplares ainda exis- tentes desse tipo de cruz confirmam essa interpretação (Fortune, 1995).
O cubo é comumente atribuído a Tiphereth por constituir uma figura hexaédrica, e seis é o número de Tiphereth. Mas o simbolismo do cubo não se limita a esse aspecto. O cubo é a forma mais simples do sólido e, como tal, é o símbolo apropriado de Tiphereth, em cuja Esfera se encontra o primeiro prenúncio da forma. O símbolo de Malkuth é o cubo duplo, que simboliza o axioma “Como em cima, tal é embaixo". A pirâmide simboliza o homem perfeito, solidamente apoiado na Terra a esforçando-se por unir-se com os céus (Fortune, 1995).
1.5. Tiphereth no Ser Humano
O Sol é para nós o doador de vida e a fonte de todo ser; é o único sím- bolo adequado de Deus Pai, que pode apropriadamente ser chamado de Sol atrás do Sol, sendo Tiphereth, na verdade, o reflexo imediato de Kether. A luz do Sol exerce um papel importantíssimo no metabolismo, ou processo vital, das criaturas vivas e toda a nutrição das plantas verdes depende dele. Sua influência está intimamente ligada à das vitaminas, o que é comprovado pelo fato de certas vitaminas poderem ser utilizadas para suplementar a sua ação. Vemos, por conseguinte, que a luz solar é um fator muito importante em nosso bem-estar; poderíamos ir mais longe e dizer que ele é essencial à nossa existência e que nossa asso- ciação com o Sol é muito mais íntima do que compreendemos. É por meio da mediação do sol que a vida se originou na Terra, e é por meio da consciência de Tiphereth que entramos em contato com as fontes da vitalidade a as assimilamos, tanto consciente quanto inconscientemente (Fortune, 1995).
O deus solar é mais do que a fonte da vida: ele é também o curador que age quando a vida vai mal. É por meio do conhecimento da manipula- ção da influência solar que os antigos sacerdotes-iniciados realizavam suas curas, e a adoração do Sol está na raiz do culto de Esculápio na Grécia antiga. Há um fator na alma humana que, de acordo com a tra- dição antiga, tem sua correspondência física no plexo solar, que é capaz de recolher o aspecto sutil da energia solar da mesma maneira pela qual
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