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HOBBIES

                                                         ALÉM DA MUNTERS



                              CARLOS LEAL
                              Desde meus 12 anos de idade sempre
                              admirei carros. Hoje tenho 43 anos e
                              por  incrível  que  pareça  já  tive  45
                              carros.  Sem  muita  informação
                              disponível  numa  época  em  que  não
           havia  computadores,  celulares  e  internet,  eu  pairava  pelas
           oficinas  do  fulano  ou  ciclano.  Todos  os  dias  passava  horas
           ajudando os mecânicos e perguntando sobre os carros. Conhecia
           todas  as  oficinas  que  tinham  carros  diferenciados,  antigos,
           preparados ou de corrida. Este era meu lazer nas horas de folga.
           Com  19  anos,  comprei  meu  primeiro  carro.  Era  um  Dodge
           Charger 1975 que corria na terra. Não tinha documento, sem
           bancos e completamente estragado. Mas não há o que esperar
           quando se troca um carro por uma bicicleta, um vídeo cassete e
           mais  200  “dinheiros”  (não  lembro  a  moeda).  Juntava  dinheiro
           para gasolina, óleo e peças de ferro velho. Bastava uma volta na
           quadra para me ver sorrindo durante semanas.
           Meu primeiro carro “oficial” (registrado e com documento) foi meu
           pai quem me deu com 21 anos. Era uma F-100 1979, escolhido
           por mim dentro do orçamento que ele me disponibilizou de R$
           3.000,00. Foi o máximo para mim! Depois disso não parei mais.
           Os carros que hoje valem uma fortuna, na década de 80 e 90
           eram baratos. Ninguém queria saber deles e de certa forma eram
           acessíveis  financeiramente  pelo  fato  de  consumirem  muito
           combustível e possuírem difícil manutenção.   Aprendi a evoluir
           meu conhecimento, especificamente sobre os motores V8, o qual
           era  quase  inexistente  aqui  no  Brasil.  Hoje  ainda  é,  mas  a
           informação está disponível com muito mais facilidade.  Mas onde
           testar? Foi aí que comecei a participar de corridas de arrancada e
           refinei meu gosto pela pista, mantendo minha paixão pelos carros
           antigos.  Prioridades  vieram.  Casa,  filho,  entre  outras  mais
           importantes que o hobby. Dizem que existe uma linha muito tênue
           entre hobby e insanidade. Permaneci no lado mais sensato e com
           34 anos vendi meus 3 carros para comprar minha casa.
           Os carros para mim significam tranquilidade. Fiz muitas amizades
           e  conheci  pessoas  espetaculares  nesse  meio.  Me  sinto  bem
           quando dirijo, quando conserto e quando os construo. Para quem
           gosta de carros tenho um prato cheio de histórias para contar.
           Além deste pequeno resumo sobre a trajetória do meu hobby, a
           mensagem que gostaria de passar é que não há conquista sem
           esforço e um dos segredos da conquista é ser feliz com aquilo que
           você faz.
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