Page 27 - LIVRO FINALIZADO
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               pre foi a mais variada possível, por aqui passaram e continuam a passar: operários,
               agricultores, professores, comerciantes, advogados, tabeliães, escrivães, militares,
               entre outros, representantes das mais diversas atividades profissionais que residem
               nas comunidades que integram o nosso município.
                      No período anterior à revolução de 64 recebiam subsídios, evidentemente,
               quando o Município podia pagar, com o advento do golpe a função passou a ser
               exercida gratuitamente, lembro-me perfeitamente que na década de 70, quando fui
               eleito Vereador, não existia tesouraria na Casa, pois não recebíamos e nem pagáva-
               mos nada, tudo era feito através da Prefeitura, até o pagamento do aluguel da sala
               onde nos reuníamos.
                      Mas todos nós, mesmo gratuitamente, não deixávamos de nos reunir sema-
               nalmente, como mandava o Regimento Interno, e até os que residiam no interior do
               Município faziam questão de se fazerem presentes.
                      Lembro-me de um episódio narrado pelo nosso colega Hercilio Manoel
               Marcelino (Cabinho), contando-nos que numa noite após a sessão, a qual, em fun-
               ção do assunto em discussão estendeu-se até mais tarde, quando saiu da Câmara e
               foi procurar um táxi para levá-lo até a Fazenda, onde residia, não encontrou mais
               carro ou motorista no ponto, e foi a pé até em casa. Vejam só o esforço e a abne-
               gação de alguém que além de nada receber, ainda tem que se expor a um sacrifício
               desta natureza.
                      Aqui, no nível mais inferior dos cargos eletivos, está o ponto mais próximo
               entre eleitor e eleito, é onde legislador e população tem mais contato, nada é mais
               forte na representação parlamentar desta nação do que uma Câmara Municipal, por
               mais simples e modesta que seja, ou por menor que for o Município.
                      Aqui semanalmente o eleitor acompanha o desempenho de seu representan-
               te, que está ali no plenário, ao seu lado, ao alcance de qualquer palavra, por assim
               dizer, a um toque de mão, sempre pronto a lhe escutar, estender o braço amigo, e a
               defender seus mais legítimos interesses, sem descuidar da importância do Poder, e
               de sua função fiscalizadora e reguladora do Poder Executivo.
                      Por isso, entendo que o munícipe deve ter uma atenção toda especial ao ele-
               ger o seu representante na Câmara, e não se furtar de acompanhar o seu desempenho
               no exercício do mandato. Sempre que for possível, compareça às sessões da Casa,
               prestigiando o Poder e o seu representante, leve até ele os anseios e necessidades de
               sua comunidade, fazendo dele o elo entre o povo e o Poder, e verá que com isto, com
               esta participação efetiva tudo tende a melhorar, e o nosso Município cada vez mais
               se desenvolverá.


                                                                   Pedro Paulo dos Santos
                                                                    Comissão Organizadora










                                                 RESGATE HISTÓRICO DO LEGISLATIVO E EXECUTIVO BIGUAÇUENSE
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