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receita), e que não teve nenhum tipo de efeito.
Fiquei assim com meu barulho por mais uns

quatro anos. Um dia, estando muito incomo-
dado com o zumbido tomei a decisão de pro-
curar o médico (não o mesmo), outro que na
época estava como "top" no assunto.
É aí que a coisa pegou. Depois de qua-
tro anos curtindo meu som particular e agora

decidido a uma nova tentativa nem que fosse
para trocar a música, marquei a famigerada
consulta.
No dia marcado para a consulta, che-
guei uns dez minutos antes de minha vez
(porque em consultório é assim: se o médico
atrasa e sempre atrasa, tudo bem, mas se você
atrasa, sempre fica para depois).
Chegada minha vez, adentrei a sala do

médico acompanhado pela enfermeira:
— Boa tarde. Doutor.
— Boa tarde. Como vai?
— Indo como o barulho deixa.
— Lamento. Sente—se, vamos conver-
sar um pouco (pelo SUS o médico nem olha
em você. Plano de saúde dá para conversar

um pouco. Agora pago, você tem o tempo que
quiser).
— O que o senhor está sentindo?