Page 87 - ANAIS - Ministério Público e a defesa dos direitos fundamentais: foco na efetividade
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a mudança no uso da terra, agropecuária, tratamento e disposição final de resíduos sólidos

                  urbanos (BRASIL, 2012, pag. 42).
                        Afora  esses  padrões,  a  poluição  do  ar  na  Amazônia  vem  sendo  consideravelmente

                  agravada pela recorrência dos eventos extremos caracterizados por cheias e secas severas, a
                  exemplo dos 2005, 2010, 2016 (seca), 2009, 2012, 2014 e 2015 (inundação). Sendo que todos

                  os anos, em meados de maio, junho, julho, agosto e setembro, chegando a outubro, a fumaça
                  invade as estradas, fazendas, vilas e cidades, trazendo muitos problemas de saúde, afetando

                  crianças, idosos e outras pessoas com dificuldades de respiração.

                        Outra situação identificada é que as Unidades de Saúde Públicas e Privadas são infladas,
                  em razão das queimadas. No entanto, as autoridades locais (Acre) e alguns jornais escritos

                  atribuíam a origem desses gases e materiais particulados aos Estados que compõem o Arco do

                  Fogo e às vezes aos Países vizinhos – Bolívia e Peru, contudo, é muito pouco provável que não
                  haja relevante contribuição do Estado do Acre para essa situação. O certo é que sem uma rede

                  in situ de monitoramento instalado no Estado do Acre, não se tinha como mensurar a qualidade
                  do ar respirado pela população e que afeta a todos.

                        Nesse contexto, é patente a ausência de instrumentos  e tecnologias  que  monitorem  a
                  qualidade do ar na Amazônia, em tempo real, possibilitando a ação do poder público no combate

                  à  poluição  atmosférica,  assim  como  possibilitem  a  responsabilização  civil  e  criminal  dos

                  degradadores do meio ambiente, dos poluidores.

                  4.A utilização do conhecimento científico e tecnológico na garantia dos direitos

                        A Universidade Federal do Acre – UFAC possui um Grupo de Estudos Ambientais que

                  se dedica ao monitoramento ambiental na procura de respostas entre o comportamento regular
                  do clima da Amazônia e as manifestações de eventos extremos, variabilidades e mudanças

                  climáticas.
                        Esse Grupo realiza o monitoramento da meteorologia, nível, vazão dos rios e chuvas nas

                  bacias, fotometria solar, poluição do ar, satélites, ionosfera, além da realização de pesquisas

                  ciclo  hidrológico  hidrometria,  aerossóis  atmosféricos,  serviços  ambientais  da  Amazônia  e
                  energias renováveis.

                        Nessa senda, ante a incontestável expertise da academia, no caso, da Universidade Federal
                  do Acre, o Ministério Público do Estado do Acre buscou e busca frequentemente a aproximação

                  com cientistas notáveis no desenvolvimento de pesquisas na área de conservação ambiental e
                  utiliza o conhecimento gerado para subsidiar sua atuação. Nesse ponto, ressalta- se,  houve a

                  valiosa e  imprescindível  colaboração/cooperação  da Universidade  Federal  do







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