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Dentre os 16 estados que apresentaram aumento no número de feminicídios, destacam-

                  se Paraná, Ceará, Distrito Federal e Rio Grande do Sul com crescimentos acima de 40% e
                  Sergipe com o crescimento de 78%. O estado do Ceará chama a atenção ainda, pois, além do

                  alto número de feminicídios, registrou um aumento de 27% de  mortes de mulheres, embora

                  tenha tido uma redução de 15% nas mortes violentas de homens em 2018. Vale lembrar que
                  logo no início de 2018 o Ceará foi palco de uma chacina que vitimou 14 pessoas, sendo 8

                  mulheres.
                         Para  além  das  discrepâncias  regionais,  os  dados  apresentados  pelo  Monitor  da

                  Violência indicam que a vitimização de mulheres segue como um problema crônico no Brasil
                  e enraizado na formação da nossa sociedade. A condição de vulnerabilidade das mulheres é

                  construída  por  questões  econômicas,  culturais,  educacionais  e  que  podem  e  devem  ser

                  alteradas por meio de políticas públicas voltadas à prevenção da violência.
                         Apesar  de  todos  os  avanços,  a  lei  Maria  da  Penha  e  os  sucessivos  documentos

                  legislativos que objetivavam a proteção da vítima mulher, tal como a implementação da lei do
                  feminicídio foi um pequeno passo dado na direção de colocar esta questão na esfera pública,

                  combatendo a noção de que a violência contra a mulher seria um problema privado, na qual
                  não  se  deveria  ―meter  a  colher‖.  A  dinâmica  das  mortes  que  vitima  as  mulheres  possui

                  características distintas daquela que incide sobre os homens e, por esta razão, as políticas de

                  prevenção da violência contra a mulher precisam levar em conta esta especificidade. Muitas
                  das  mortes  poderiam  ter  sido  evitadas,  por  exemplo,  com  o  funcionamento  eficaz  de  um

                  sistema de medidas protetivas, interrompendo um ciclo de violência e impedindo desfechos

                  letais.


                  7. Aplicativos para vítimas de violência doméstica.


                         A  cada  90  minutos,  uma  mulher  morre  por  agressões  de  parceiros  ou  ex,  segundo
                  dados do  Ipea. Diante epidemia de violência  contra a mulher,  foram desenvolvidos  alguns

                  aplicativos para celular que podem facilitar o pedido de socorro ou a denúncia de violências
                  de maneira mais imediata.

                         O Paraná foi o primeiro estado a implantar o dispositivo de segurança e proteção de

                  mulheres em situação de risco. A secretária de Estado da Família e Desenvolvimento Social
                  apresentou  o  dispositivo  que  irá  atender  a  15  municípios  e  terá  um  investimento  de

                  implantação de R$ 2,6 milhões.








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