Page 195 - Sistematizaçâo_AterMulher
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             O eixo da transversalidade de gênero no MOC tem como objetivo desenvolver com os programas e             Ater Mulheres
             projetos do MOC ações estratégicas na dimensão de gênero com vistas a promoção da igualdade entre
             mulheres e homens no Semiárido baiano, traz como pilar desse processo, a elaboração da política de
             gênero que deverá nortear todas as decisões institucionais e documentar as práticas já existentes, mas
             que não estão asseguradas, além garantir a incorporação nas ações do MOC também a política deverá
             influenciar as organizações parceiras (sindicatos, associações, cooperativas) a adotarem práticas que
             contribuam para equidade e igualdade de gênero. Um dos grandes desafios encontrado na instituição
             nas práticas de ATER é a rotatividade da equipe, já que os projetos/convênios são de curta ou média
             duração, o que requer um processo de qualificação contínua e a utilização de instrumentos que mensure
             o resultado da ação no campo, o que não é uma tarefa fácil, já que na maioria das vezes os diagnósticos
             aplicados já vêm prontos do governo e nem sempre permite alterações/complementos. Para isso, o
             MOC  deverá  utilizar  ferramentas  internas  que  ajude  a  avaliar  os  avanços  na ATER  com  inclusão  e
             participação mais efetiva das mulheres.


             As práticas de ATER já empreendidas no MOC começou a sinalizar necessidade de mudanças, já que
             nos moldes que vinha sendo executada não atendia as necessidades das mulheres rurais, tais como;
             mais acesso as políticas públicas, ampliação da participação nos espaços estratégicos e que dialogasse
             as  relações  de  gênero,  o  trabalho  produtivo  e  reprodutivo,  a  violência  contra  as  mulheres.  Nesse
             propósito surgiu a possibilidade de executar ATER específica para mulheres, que só veio acontecer no
             ano de 2010, com o projeto “Mãos na Terra”, apoiado pelo MDA, contemplou 14 municípios do Território
             de Cidadania do Sisal. O projeto atendeu 160 mulheres, dentre elas, 10 de comunidade remanescente
             quilombola do município de Biritinga, o que avaliamos como um dos pontos de destaque na execução,
             dada suas condições culturais, sociais, econômicas, étnico/racial.

             Podemos  perceber  as  mudanças  ocorridas,  conforme  depoimento  de  Willza  Oliveira  de  Almeida,
             técnica do MOC- “apesar da ATER ser para a família, o atendimento sempre era voltado para o homem e
             que até nós, técnicas e técnicos, contribuímos para que a condução fosse desse modo, focado na figura
             masculina. Em 2010/2011 com o ATER diferenciada para mulheres e voltada para organização em
             empreendimentos além de suas propriedades, a partir daí, a visão do MOC em relação a assistência
             técnica  para  as  mulheres  ganha  uma  importância  diferenciada,  mesmo  que  não  seja  uma  ATER
             exclusiva, elas ganham um espaço de igualdade de participação e direitos”.
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