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Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR


                      Para que esse sistema funcione de forma eficiente e adequada, é necessário que o
               coração se mantenha bombeando o sangue, que o volume de sangue circulante seja sufi-
               ciente para encher os vasos e que o calibre dos vasos se ajuste às condições normais.

                      Uma falha em qualquer desses fatores irá provocar falha na perfusão tecidual, le-
               vando a vítima a desenvolver o estado de choque.

                                      O CHOQUE PODE ESTAR RELACIONADO A:

                1º) CORAÇÃO - falha de bomba

                2º) SANGUE - perda de sangue ou plasma

                3º) DILATAÇÃO DOS VASOS SANGUINEOS - capacidade do sistema circulatório mui-
                to maior que o volume de sangue disponível para enchê-lo.
                      Com a diminuição de perfusão tecidual, os órgãos terão sua função prejudicada ba-
               sicamente pela falta de oxigênio, nutrientes e acúmulo de resíduos. A falha na circulação
               cerebral leva à diminuição do nível de consciência da vítima, os rins diminuem o débito
               urinário e o coração aumenta a freqüência de batimentos, num esforço para manter o flu-
               xo de sangue para órgãos vitais; com o agravamento do choque, o músculo cardíaco
               comprometido desenvolve bradicardia e parada cardíaca.


                       3.2. Tipos de Choque

                       3.2.1. Choque hipovolêmico

                      Tipo mais comum de choque que o socorrista vai encontrar no atendimento pré-
               hospitalar. Sua característica básica é a diminuição acentuada do volume de sangue.
               Pode ser causado pelos seguintes fatores:

                          ● Perda direta de sangue: hemorragia interna e externa;

                          ● Perda de plasma: em caso de queimaduras, contusões e lesões traumáticas;

                          ● Perda de líquido pelo trato gastrointestinal: provoca desidratação (vômito ou
                      diarréia).

                      No caso de fratura de fêmur, estima-se a perda de aproximadamente 1 litro de san-
               gue circulante, parte devido ao sangramento e parte à transudação (perda de plasma e
               outros fluidos nos tecidos moles danificados pela fratura). Nas queimaduras, quantidade
               considerável de plasma deixa a circulação em direção aos tecidos adjacentes à area quei-
               mada.

                      A redução no volume de sangue circulante causa diminuição no débito cardíaco e
               reduz toda a circulação (perfusão tecidual comprometida). O reconhecimento precoce e o
               cuidado efetivo no atendimento do choque hipovolêmico podem salvar a vida do paciente.

                      O tratamento definitivo do choque hipovolêmico é a reposição de líquidos (soluções
               salinas ou sangue).




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