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               portanto sem aspiração de líquido importante. O termo “afogado seco” muito utilizado no
               passado foi recentemente extinto da nomenclatura, já que todos os afogados aspiram al-
               guma quantidade de liquido.




                       9.  Classificação de Afogamento

                      A  classificação   clínica   de   afogamento   é   baseada   em   estudo   retrospectivo   de
               41.279 casos de resgates na água, registrados por guarda-vidas no período de 1972 a
               1991. Deste total, 2.304 casos (5.5%) foram encaminhados ao CRA. Os 38.975 casos
               restantes não necessitaram de atendimento médico e foram liberados no local do acidente
               com o diagnóstico apenas de resgate sem afogamento. Dentre o total de 2304 casos ava-
               liados, a classificação foi baseada em 1831 casos que apresentaram uma mortalidade de
               10.6% (195 casos). Considerando a avaliação destes parâmetros clínicos, e a demonstra-
               ção de sua diferente mortalidade, apresentamos no algoritmo 1 um resumo prático de seu
               uso que esta de acordo com o último consenso de Suporte Avançado de Vida (ACLS) da
               “American Heart Association”(AHA) de 2000.

                      A classificação de afogamento leva em consideração o grau de insuficiência respi-
               ratória que indiretamente esta relacionado a quantidade de líquido aspirado, determinan-
               do a gravidade do caso. A parada respiratória no afogamento ocorre segundos até minu-
               tos antes da parada cardíaca. O quadro clínico do afogamento é altamente dinâmico, com
               piora ou mais freqüentemente com melhora clínica, seguindo-se um período de estabiliza-
               ção com uma fase de recuperação mais lenta. A classificação do grau de afogamento
               deve ser feita no local do acidente. Embora nem sempre possível, esta conduta demons-
               tra a real gravidade e indica a terapêutica apropriada e o prognóstico mais preciso. A pre-
               sença de patologia pregressa ou associada(afogamento secundário) representa um fator
               de complicação na hora de classificar o grau de afogamento e deve ser bem avaliada.

                      A gasometria arterial não é considerada na classificação, embora seja um exame
               complementar de extrema valia como veremos adiante. A hospitalização deve ser indica-
               da em todos os graus de afogamento de 2 a 6  (ver algoritmo 1 – ACLS em afogamento) .
               Como a classificação é muito importante para profissionais que trabalham na cena do aci-
               dente como Técnicos em Emergências Médicas (TEM), socorristas, guarda-vidas, guar-
               diães de piscina ou leigos que necessitem ou queiram aprender sobre primeiros socorros
               em afogamento apresentamos o algoritmo 2 em linguagem mais simples para o Suporte
               Básico de Vida em afogamento (BLS).

                      Para os casos grau 6 ressuscitados com êxito. Em todos os casos de afogamento
               em que o lazer na água precede o quadro de afogamento em algum tempo ocorre Hipo-
               termia.











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