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O dia
                                      Quando fica a essência, o divertido, o infantil,

                                             porque não precisamos ser maduros.
                                                 Quando o riso vem a toa fácil,
                                           ingênuo, porque a seriedade já perdeu a

                                                  importância e a necessidade.
                                      Quando já se sabe que a vitória maior do amor
                                       é a amizade sem condições. E os abraços vem

                                       fora de hora, na missa, na sinagoga, diante da
                                         escultura de Bernini, depois de comer um
                                        sorvete lambido de três bolas. E os beijos no

                                          meio da rua, no teatro, no supermercado,
                                                   só porque se tem vontade.
                                        Deve ser isto que chamam de amor maduro.

                                                     Não chamamos de nada.
                                                        Chamamos de dia.
                                                              Cada dia.

















                                                                  Luiza
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