Page 189 - Trabalhe 4 horas por semana
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Eu não possuo uma corporação: não tenho sequer um cartão de visitas
atualizado. Sou escritor e editor, trabalho em casa, normalmente de cuecas
ou, se estou me sentindo formal, com minha calça de pijama de estampa de
pinguins. Aí pensei: por que deixar toda a diversão com as 500 empresas da
lista da Fortune? Por que eu também não posso embarcar na maior
tendência empresarial do novo século? Por que não posso terceirizar
minhas tarefas comuns? Por que não posso terceirizar minha vida?
No dia seguinte, escrevi para a Brickwork, uma das empresas que
Friedman cita em seu livro. A Brickwork – sediada em Bangalore, na Índia –
oferece “assistentes-executivos remotos”, principalmente para empresas da
área financeira ou da saúde, em busca de processamento de dados. Explico
que eu gostaria de contratar alguém para me ajudar com tarefas ligadas ao
meu trabalho na Esquire – fazer pesquisas, formatar memorandos, essas
coisas. O CEO da empresa, Vivek Kulkarni, respondeu: “É um grande prazer
conversar com uma pessoa da sua envergadura”. Já comecei a gostar disso.
Eu nunca tive envergadura antes. Na América, eu mal imponho respeito a
um maître do Benningan’s, então é legal saber que na Índia eu tenho
envergadura.
Alguns dias depois, recebo um e-mail da minha nova “assistente-
executiva remota”.
Caro Jacobs,
Meu nome é Honey K. Balani. Eu o assistirei em seu trabalho
editorial e pessoal... Tentarei me adaptar às suas demandas,
para produzir a satisfação desejada.
Satisfação desejada. Isso é incrível. No passado, quando trabalhei em
escritórios, eu tive assistentes, mas nunca ninguém falou em satisfação