Page 533 - Trabalhe 4 horas por semana
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Li Trabalhe 4 horas por semana quase dois anos atrás, quando estava de férias na praia com
minha família. Eu lembro muito bem porque estava sempre relendo partes do livro para minha
esposa. Sou desenvolvedor e administrador de empresas para uma grande instituição financeira em
Atlanta, Georgia. Parte do meu trabalho é apoiar os complexos sistemas de captura de documentos
que ajudo a criar. Devido à importância desses sistemas, preciso estar à disposição 24/7/365. Isso é
bom para a segurança do trabalho, mas péssimo para minha vida em família. Tenho quatro filhas
lindas e faço de tudo para ser um pai presente. Por isso, armado com seu livro e uma nova (banhada
pelo ar fresco do oceano) perspectiva, decidi colocar em prática muitos dos princípios de Trabalhe 4
horas por semana.
Comecei mudando minha relação com os e-mails. Examinei atentamente a caixa de entrada e
usei algumas das ferramentas propostas para eliminar toda a sujeira e o barulho. Criei novos hábitos
e comprimi as sessões de checagem; não demorou muito para que eu conseguisse zerar a caixa de
entrada com o método da pasta do “trio de confiança”. Também apliquei a filosofia do menos é mais
ao criar meus e-mails para que fossem mais claros e concisos. Comunicando exatamente o que era
necessário para o público certo e não para o mundo. Eliminando todas as gorduras da minha dieta
de e-mails ficou muito mais claro que “ações” eram realmente importantes.
Reuniões e conference calls foram o alvo seguinte. Esquadrinhei cada convite para uma reunião e
comecei a recusar aqui e ali. Na maioria das vezes alegava que estava ocupado demais. Comecei a
pedir que me enviassem a minuta da reunião ou que usassem o Messenger se tivessem uma
pergunta específica que eu precisasse responder. Quando participo de uma reunião, quase sempre é
via conference call. De qualquer forma, devido às limitações de salas e desafios geográficos a maioria
das reuniões da empresa já era feita virtualmente.
Menos tempo desperdiçado representava mais tempo para me concentrar no trabalho e nas
tarefas realmente importantes. Parecia que eu estava trabalhando menos mas fazendo mais coisas e
com resultados melhores. As pessoas certas começaram a notar e a percepção da minha capacidade
para executar o trabalho nunca foi tão boa. A minha gestão parecia excelente e eles pararam de fazer
perguntas ou de supervisionar as atividades diárias. Continuei provando que poderia trabalhar sem
interferência. Aquele era o momento de fazer o que eu realmente queria – tornar-me virtual!
Na verdade era muito fácil me tornar virtual. Eu tinha uma relação sólida com meu gerente e com
os outros integrantes da cadeia de comando. Quase todo o meu trabalho diário já estava pronto
remotamente. Tenho um ótimo escritório montado no porão da nossa casa. Fica longe do resto da
casa, distante das distrações. Tenho meu próprio banheiro com chuveiro e até um micro-ondas e
uma mini-geladeira. Ouso dizer que meu home office rivaliza com as salas bem equipadas dos
principais executivos da empresa. Acima de tudo, tenho uma esposa e uma família que
compreendem muito bem e respeitam as regras que estabeleci para continuar a ter sucesso.
No início eu trabalhava dois ou três dias em casa, mas não demorou para que eu começasse a
trabalhar quatro dos cinco dias da semana em casa. Quando o sudeste foi atingido pela escassez de
petróleo e o preço da gasolina disparou, a empresa aceitou completamente e oficializou o trabalho
em casa. De um dia para o outro eu me transformei em modelo a ser seguido. Enquanto as pessoas à