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2 OPINIÃO 02 A 09 DE FEVEREIRO DE 2019 WWW.IMPACTOMS.COM jornalimpacto@hotmail.com
EDITORIAL
Tragédias anunciadas!
té quando o jornalista brasileiro vai ter de ser riana era o maior desastre ambiental do Brasil. Três anos Um País que não fiscaliza regularmente suas bar-
repetitivo e produzir artigos, editoriais, en- depois, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ain- ragens de rejeito de minério demonstra claramente que
Asaios, enfim, material jornalístico usando um da sentem os impactos ambientais. não tem a menor preocupação com a vida das pessoas.
título já surrado e repetido dezenas – talvez centenas – de Entretanto, a experiência nefasta de Mariana pare- **
vezes nos jornais espalhados por todo o Brasil? ce não ter servido de exemplo às autoridades brasileiras, ESPERANÇA – Além da celeridade da justiça, res-
Neste mesmo espaço este mesmo título usado hoje haja vista que, depois de muito disse-que-disse, a tragé- peitando o direito do contraditório, os familiares das ví-
neste Editorial já foi outras vezes utilizado para comentar dia foi caindo no esquecimento e, três anos e dois me- timas esperam que ‘o desfecho de Mariana não se repita
tragédias que poderiam ser evitadas, caso tivessem as au- ses depois, ninguém foi responsabilizado pelos prejuízos em Brumadinho’.
toridades brasileiras um mínimo de responsabilidade e causados às famílias que perderam entes queridos e suas **
cobrassem ações eficazes de empresas e empresários que raízes no distrito dizimado pela lama. As famílias atingi-
se preocupam única e exclusivamente em encher as bur- das pela tragédia continuam esperando soluções do Exe- ORIENTAÇÃO – Duas tragédias no mesmo Estado
ras de dinheiro. cutivo e do Judiciário. (MG) recomenda que não mais se construa barragens
E quando se tem uma empresa chamada Vale como Agora, surge uma tragédia de proporções ainda em pontos altos e núcleos residenciais na parte baixa. É a
protagonista pela segunda vez em pouco mais de três anos maiores. Até o início da produção deste texto, os mortos lógica para prevenção de acidentes.
de um desastre sem precedentes históricos, tem-se que o já ultrapassavam a casa da primeira centena sem que as **
Governo Federal também integra essa lista de “loucos por autoridades governamentais tivessem apresentado ao
dinheiro”, porque a Vale é uma empresa de capital misto, menos o esboço de um projeto para minimizar os efei- VETADO 1 – O deputado estadual Amarildo Cruz, do
mas que ainda é controlada pela União Federal. tos da tragédia. PT, é autor do projeto determinando normas e diretrizes de
Em novembro de 2015 foi registrado o desastre no Houve, sim, como ocorreu na época de Mariana, segurança de barragens de qualquer natureza e de depósi-
município de Mariana, deixando um saldo de 19 mor- voo de governantes sobre a área afetada, muito discur- tos de resíduos tóxicos industriais em todo o Estado.
tos e um prejuízo imensurável ao meio ambiente, além, so prometendo punição aos responsáveis e uma decisão **
claro, do abalo sem medida pelo qual passou a parce- judicial bloqueando alguns bilhões de reais das contas
la de moradores daquele município afetada pela lama bancárias da Vale, medida que, diga-se de passagem, VETADO 2 - “Infelizmente, tivemos nosso projeto
da Barragem de Fundão que se rompeu e, dentre outros tem muito mais efeito midiático do que eficácia, pois de lei vetado pelo Governo do Estado”, lamenta o Parla-
resultados trágicos, protagonizou o desaparecimento fí- se bloqueio de dinheiro de empresas irresponsáveis mentar, demonstrando preocupação com o funciona-
sico de uma pequena cidade, a localidade de Bento Ro- resolvesse a questão, as famílias de Mariana já teriam mento da barragem no município de Corumbá.
drigues, distrito de Mariana. sido minimamente reparadas dos imensuráveis prejuí- **
Até a manhã do último dia 26, quando uma barra- zos econômicos e morais sofridos em consequência do
gem da mineradora Vale se rompeu em Brumadinho, na rompimento da Barragem de Fundão. COLOSTOMIA 1 – O presidente Jair Messias Bolsonaro
Região Metropolitana de Belo Horizonte, a tragédia de Ma- Até a próxima tragédia anunciada!
será submetido nesta segunda-feira (28), no Hospital Albert
Einstein, à cirurgia de retirada da bolsa de colostomia.
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ARTIGO COLOSTOMIA 2 - Ele usa a bolsa desde setembro
do ano passado após ter sofrido uma facada. A recupe-
ração absoluta do presidente Bolsonaro recomendada
As tensões na agenda pelos médicos deve durar 48 horas.
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COLOSTOMIA 3 - A partir da cirurgia de interven-
Gaudêncio Torquato No Congresso, a tensão poderá subir mais adian-
te. A força do mandatário-mor nos primeiros momentos ção, o vice-presidente Hamilton Mourão assumirá a pre-
assadas três semanas de governo, não é possível abafará questionamentos. O oposicionismo será arrefe- sidência e ficará no cargo enquanto Bolsonaro se recu-
Papontar se as linhas anunciadas na economia cido por enquanto. Partidos e lideranças entrarão na are- pera da operação.
ganharão eficácia, mas os primeiros passos permitem tirar na de lutas quando o governo se mostrar por inteiro. Ao **
conclusões: a guinada do Brasil à direita remarcará, exter- PT interessa que o presidente entre na guerra expressiva PROTESTO – Consumidores da maioria dos mu-
namente, sua posição no concerto das Nações e, interna- que ele inventou: Nós e Eles. O apartheid social sempre nicípios atendidos pela Energisa estão reclamando dos
mente, acentuará os níveis de tensão entre os exércitos sob foi o oxigênio petista. valores que consideram abusivos, fora da realidade espe-
o comando de Jair Bolsonaro e movimentos que até então Se a economia responder de forma positiva aos pla- cialmente para o trabalhador de baixa renda.
lideravam a mobilização social. Na área política, por en- nos concebidos, as querelas serão arrefecidas. E que fique **
quanto reinará a distensão até o momento em que as opo- claro: o Brasil será reapresentado na paisagem dos direitos
sições retomarem o fôlego. e deveres, que terão seu discurso defendido pela esquerda CAMPANHA – Por conta das inúmeras manifes-
Na moldura mundial, o Brasil se distanciará do cam- e pela direita. A linha divisória será transparente. Quem tações dos consumidores, a empresa comprou espaço
po da social-democracia, particularmente junto aos países aguarda tempos de paz e harmonia vai se decepcionar. Os na mídia na tentativa de orientar o consumo racional de
europeus, onde o sistema é forte, para se aproximar das ânimos sociais não serão apaziguados. energia elétrica durante o verão.
Nações que desfraldam a bandeira da direita, sob a égide Uma chama de esperança: o aumento do Pro- **
do unilateralismo. O reposicionamento do país foi clara- duto Nacional Bruto da Felicidade (PNBF). Se che-
mente exposto pelo chanceler Ernesto Araújo: caminha- gar à casa 7 numa escala de 10, é possível abrirmos **
remos sozinho em algumas estradas, significando afasta- um ciclo de harmonia. No mais, Bolsonaro precisa PLATÃO - Podemos facilmente perdoar uma
mento do multilateralismo que tem guiado nossa política se guiar pela régua do bom senso e evitar a barbárie. criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida
externa desde tempos remotos. Terá condições? é quando os homens têm medo da luz.
Seu argumento: cada Nação pode e deve trilhar o ca- **
minho que julgar mais adequado para atender ao escopo * Jornalista, professor titular da USP é consultor po-
da soberania, sem seguir regras estabelecidas por outras lítico e de comunicação. Twitter: @gaudtorquato.
plagas. Mais: a cultura ocidental enfrenta um ataque do
“globalismo”, que carrega em seu bojo o “marxismo cultu-
ral”. O pensamento é próximo ao que defende o presidente
norte-americano Donald Trump, para quem o controle da
imigração (e a defesa contra a invasão de fronteiras) é vi-
tal para defender o ideário nacional, proteger valores e as
identidades dos países.
A remarcação dos eixos nas nossas relações exterio-
res é um grande risco, a partir da reação negativa de países
árabes e da esfera asiática, a partir da China, que, segundo
Bolsonaro, “quer comprar o Brasil. Essa nova ordem cer-
tamente implicará novas decisões junto aos organismos
internacionais que abrigam interesses das Nações, como
ONU, UNESCO, OMC, OEA, MERCOSUL, entre outras.
Voltemos ao plano interno. O perfil do presiden-
te e a maneira direta como se expressa, sem usar inter-
mediários, sinalizam uma linha de tensão elevada. As
frentes de animosidade estarão na imprensa, em movi-
mentos sociais e em parcela da academia. A imprensa
acompanha a vida política do presidente desde o passa-
do, registrando casos em que se envolveu (por exemplo,
discussão áspera com a deputada Maria do Rosário (PT-
-RS), e quase sempre abordando de maneira negativa
seu posicionamento de viés militar. A imprensa é con-
siderada inimiga.
Os movimentos sociais, como o MST, núcleos liga-
dos a arte (principalmente artistas da Globo) e grupos de
intelectuais, particularmente os alinhados com o lulismo,
vão continuar a atirar bombas em Bolsonaro. Que revidará
com a espada do comandante-em-chefe do país. Portan-
to, esses setores entrarão com ímpeto no ringue. E a pauta
será longa: ideologia de gêneros, armamento, demarcação
de terras indígenas, direitos humanos, inserção militar na
estrutura governamental etc.
Expediente Myllena de Luca Assessoria Jurídica Sucursal Rochedo Sucursal Dourados
Editor
Dr. Wellington Coelho
Zé Fotógrafo
Jeferson Bezerra
Os artigo assinados são
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